Mesmo sendo a principal causa de cegueira irreversível no mundo, o glaucoma ainda é pouco conhecido pela população brasileira.Segundo a Sociedade Brasileira de Glaucoma (SBG), 41% dos brasileiros não sabem o que é a doença, um dado preocupante diante da gravidade e da frequência com que ela se manifesta de forma silenciosa.
A data de 26 de maio, lembrado nesta segunda-feira, marcada como o Dia Nacional de Combate ao Glaucoma, integra a campanha Maio Verde e reforça o alerta para a importância da prevenção e diagnóstico precoce. O glaucoma é uma doença crônica que compromete o nervo óptico, geralmente sem apresentar sintomas nas fases iniciais.
“Muitas pessoas só descobrem a doença quando já houve danos irreversíveis à visão”, alerta a oftalmologista Liliana Nóbrega.
Alta prevalência no Brasil
A especialista em glaucoma Karla Campana, do Hospital de Olhos Capixaba (HOC), destaca que o problema atinge de 2 a 3% da população brasileira acima dos 40 anos, e a prevalência sobe para 6% entre pessoas com mais de 70 anos. O grande desafio está na detecção precoce.
“É uma doença assintomática na maioria dos casos. Muitos só procuram atendimento quando a visão já está seriamente comprometida”, afirma Karla.
O que é o glaucoma?
O glaucoma é caracterizado pelo aumento da pressão intraocular, que danifica gradualmente as fibras nervosas responsáveis pela visão. Isso pode levar à perda visual irreversível se não for tratado. A doença é conhecida como o “ladrão silencioso da visão”, justamente porque seu avanço costuma passar despercebido.
Existem diferentes tipos da doença:
Glaucoma de ângulo aberto: mais comum, evolui lentamente e sem sintomas.
Glaucoma de ângulo fechado: menos frequente, provoca dor intensa, visão turva e surgimento súbito.
Glaucoma secundário: resultado de outras doenças ou uso prolongado de medicamentos.
Glaucoma congênito: raro, surge nos primeiros meses de vida; o teste do olhinho é essencial para detectá-lo.
Fatores de risco e sintomas
Os principais fatores de risco incluem idade acima de 40 anos, histórico familiar da doença, miopia elevada, diabetes e hipertensão.
Sinais como visão periférica reduzida, embaçamento, dor ocular e halos ao redor das luzes podem indicar avanço da doença.
“Mesmo sem sintomas, é fundamental fazer consultas oftalmológicas regulares a partir dos 40 anos”, reforça Liliana Nóbrega.
Diagnóstico precoce é essencial
O glaucoma não tem cura, mas pode ser controlado com tratamento adequado. O diagnóstico é feito com exames como medição da pressão intraocular, fundo de olho e campo visual.
O tratamento inclui:
Colírios de uso contínuo;
Procedimentos a laser;
Cirurgias (quando necessário).
Campanha Maio Verde: prevenção o ano todo
“Hoje, temos cirurgias minimamente invasivas e técnicas mais modernas que ampliam as chances de controle eficaz da doença”, explica Karla Campana (foto ao lado).
A campanha Maio Verde simboliza a esperança e a importância do cuidado com a saúde ocular.
A cor verde representa bem-estar, proteção e prevenção — princípios essenciais para combater o glaucoma.
O alerta vai além do mês de maio: cuidar da visão deve ser um compromisso permanente.