Exposição da imigração italiana será aberta em shopping de Aracruz no dia 18

Por Bartolomeu Boeno

A exposição “Do Passado ao Horizonte, 150 Anos de Travessias”, comemorativa aos 150 anos da imigração italiana, que está rodando o Espírito Santo, passa por Aracruz. A mostra poderá ser visitada no Museu Italiano de Guaraná até este domingo (17). Na sequência, será aberta no dia 18 de novembro, às 19 horas, no Shopping Oriundi, no centro da cidade. A Aracruz é um dos berços da imigração no país.

A exposição faz parte dos eventos que marcam a comemoração da imigração italiana no Espírito Santo e no Brasil, e está sendo apresentada simultaneamente em 21 cidades, de norte a sul do Estado.

Organizada pela Comunità Italiana, a exposição acontece em parceria com o Arquivo Público do Estado do Espírito Santo, o Governo do Estado, a Secult e conta com recursos da Lei de Incentivo à Cultura (LICC). Fazem parte do circuito das exposições as cidades de Vitória, Vila Pavão, Santa Teresa, Ibiraçu, Marechal Floriano, Anchieta, Alfredo Chaves e Castelo, além de Venda Nova do Imigrante, Marilândia, Itarana  Itaguaçu e Nova Venécia.

A mostra foi dividida em quatro tempos, distribuídos em 20 lâminas de tecido, que retratam as motivações da emigração dentro do processo de Unificação Italiana, a viagem dos migrantes, o contato com o Novo Mundo e as perspectivas de futuro. Os quatro tempos foram identificados como a Origem, a Travessia, o Brasil e o Futuro.

Momentos históricos

O processo imigratório italiano em massa para o Brasil iniciou em fevereiro de 1874, há 150 anos, com a chegada da Expedição Tabacchi à baía de Vitória, no dia 17 de fevereiro. O Brasil é atualmente o segundo país com o maior número de descendentes de italianos do mundo (cerca de 30 milhões) e a maioria deles está nas regiões Sul e Sudeste. O Espírito Santo foi a principal porta de entrada deles.

A migração foi um resultado de um processo mais longo de Unificação Italiana, concluído em 1871. Antes disso, a Península Itálica era formada por reinos, ducados, repúblicas, principados e cidades muito diferentes, cada um com suas leis, moeda, tradições, dialetos e costumes.

Durante e após os conflitos, a fome e a pobreza, juntamente com a falta de trabalho, desencadearam um intenso processo de migração dentro do território e fluxos de emigração para outros países, principalmente Estados Unidos, Brasil e Argentina. O contexto histórico pós-Unificação era de crise e desagregação, tanto nos campos quanto nas cidades. Como em toda zona de tensão militar, os movimentos populacionais, com fugitivos, refugiados e combatentes, eram constantes em toda a Itália.

“A exposição que preparamos conseguiu trazer para as telas uma demonstração muito bonita e forte de diferentes períodos históricos. Será emocionante, especialmente para os descendentes dessa história relembrarem o que eles viveram ou ouviram de seus familiares”, reforça Cilmar Franceschetto, diretor-geral do Arquivo Público do Espírito Santo, que também é autor de dois livros sobre a presença italiana no Estado e no Brasil.

Para a presidente da Associação Comunità Italiana, Rosa Maioli, a realização da exposição tem grande importância para a preservação da memória e identidade dos descendentes de italianos.

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