A reportagem da TV SIM/SBT conversou com exclusividade com a ex-mulher de Wenderson Rodrigues, homem que esfaqueou e matou a vendedora Carla Gobbi Fabrete, nesta segunda-feira (10), na Glória, em Vila Velha. A mulher, que preferiu não se identificar, contou que os dois começaram a se relacionar em 2019, se casaram, e após três anos se separaram. Segundo ela, depois do término ela precisou pedir uma medida protetiva contra o rapaz.
A mulher descreveu Wenderson como uma pessoa de comportamento impulsivo e que com um tempo, começou a se mostrar agressivo, totalmente diferente do início do namoro. Por conta disso, eles resolveram procurar ajuda para descobrir o que estava acontecendo psicologicamente com ele, foi aí que, segundo a mulher, ele foi diagnosticado com transtorno de personalidade borderline (TPB).
Em três anos de relacionamento a mulher contou que nunca foi agredida fisicamente, mas sofreu agressões verbais do então companheiro.
“Isso só começou quando ele foi diagnosticado com os transtornos e rejeitou o tratamento. A gente tentou ainda por um tempo persistir com a medicação, mas ele não conseguiu e se entregou totalmente e foi quando a gente se divorciou. Quando nós nos conhecemos, ele não fazia uso de nada, só que após um ano de relacionamento ele começou a cair e eu descobri que ele estava usando cocaína. Ele também foi exposto aos anabolizantes desde os 15 anos”, falou.
A ex-mulher de Wenderson também contou que o homem trabalhava vendendo balas nos semáforos da cidade, vestido com roupas de super-heróis. “Ele já vendia doces e tudo o que ele pudesse vender ele estava vendendo, mas não era pra drogas, ele realmente tinha o sonho de ser alguém melhor. Ele estava cursando técnico de enfermagem, mas se entregou totalmente”, relatou.
MEDIDA PROTETIVA
A mulher explicou ainda que ela e uma outra ex-companheira de Wenderson tinham medida protetiva contra ele. “Eu precisei fazer esse pedido porque ele não aceitava o término. Quando eu decidi que não queria mais viver daquela forma, ele invadiu meu apartamento, mas não chegou a me agredir fisicamente. Mas onde eu estava ele tentava chegar perto, ele ia no meu serviço…”, contou.
Ao final da entrevista, a mulher disse que acredita ter passado por um ‘livramento’ após ter se separado do assassino de Carla Gobbi e contou como ficou sabendo da notícia do crime.
“Eu estava na academia e senti minhas pernas moles, toda vez que eu estou passando por algum lugar sozinha eu fico imaginando se o Wenderson está vivo. Eu não consigo acreditar que ele conseguiu chegar na vida adulta, e que nada tenha acontecido com ele por ele ser quem ele é, pelas atitudes dele. Eu estou em choque, mas eu percebo que tive um livramento muito grande”, relatou.
Assista a cobertura completa do caso na edição especial do Alô Espírito Santo desta terça-feira (11):