O aumento de casos de meningite em adolescentes entre 13 e 19 anos no Espírito Santo levou a Secretaria estadual da Saúde (Sesa) a liberar nesta sexta-feira (8) a vacinação contra a doença nesse público. Segundo a pasta, também podem se imunizar trabalhadores da saúde em qualquer idade e grávidas, caso tenham orientação médica. A procura pode ser feita até o dia 30 de setembro em 700 postos de vacinação em todo o Estado.
A proteção será feita tanto para quem nunca tomou quanto para quem precisa atualizar a situação vacinal, com o imunizante meningocócica C. Ela protege contra o sorogrupo C da bactéria Neisseria meningitidis, também conhecida como meningococo.
“Essa é uma meningite bacteriana que causa infecção das membranas que recobrem o cérebro, sendo considerada a mais grave das meningites”, afirmou a Sesa. Para o órgão, a campanha vai ajudar a diminuir os números de ocorrências da doença devido a uma maior cobertura vacinal.
AUMENTO DA LETALIDADE
Os dados da Sesa informam um aumento de 38,46% na letalidade da meningite em pessoas entre 13 a 19 anos. “Até a semana epidemiológica 26 (primeiros 7 dias de julho) foram confirmados 13 casos e cinco óbitos pela doença, o que levou a essa condição perigosa”, disse a Sesa.
Em 2021, o Espírito Santo registrou quatro contágios entre jovens e três óbitos durante os 12 meses. Já em 2020, foram cinco casos e três mortes no ano todo
Essas informações mostram que, em seis meses, ocorreram nove contaminações e duas mortes a mais em relação ao último ano e oito adolescentes em contato com a meningite e dois óbito a mais do que em 2020.
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COMO OCORRE CONTAMINAÇÃO COM MENINGITE?
A meningite é transmitida pelo doente ou pelo portador através da fala, tosse, espirros e beijos, passando da garganta de uma pessoa para outra. A doença nem sempre é transmitida por indivíduos doentes, pois algumas pessoas (geralmente adultas) abrigam o meningococo na garganta podem retransmiti-lo, mesmo sem estarem doentes. Elas são os chamados portadores sãos.
“A medida visa à proteção da população capixaba, uma vez que se trata de um dos públicos responsáveis pela manutenção da transmissão da doença”, disse Danielle Grillo, coordenadora do Programa Estadual de Imunizações e Vigilância das Doenças Imunopreveníveis.