Entre montanhas verdes e o azul do mar, o Espírito Santo constrói uma identidade marcada por trabalho e transformação. Se anos atrás, o estado era considerado antigo, hoje a tecnologia foi dominada pelos capixabas.
Essa transição aparece em um hub de inovação instalado na capital. Ali, ideias ganham escala e ultrapassam fronteiras. Um dos casos é liderado pelo empresário Ronaldo Cohin, que transformou uma necessidade pessoal em negócio global.
A iniciativa nasceu em 2018, com foco em auxiliar crianças autistas no processo de assimilação. Com apoio de programas públicos, a solução alcançou 179 países. Além disso, firmou acordos com governos, como Portugal e Emirados Árabes.
“Foi muito importante pra gente quando a gente recebeu a primeiro aporte pelo SEEDS para nos preparar com a aceleração […] Se você não tiver esse preparo, é muito fácil que você receba esse dinheiro e às vezes gasta esse dinheiro com coisa que não deve”, relata o empresário.
Ainda segundo Ronaldo, a atuação do Estado com o ecossistema de startups é importante não só pelo investimento, mas para aprendizagem que ocorre dentro desses programas.
Consolidação do ecossistema
Enquanto isso, o governo estadual aposta na consolidação do ecossistema. No hub ES+, startups recebem mentoria e assessoria. O subsecretário de Estado de Ciência, Tecnologia e Inovação, Jales Cardoso, explica que o SEEDS acelera 30 negócios inovadores.
“Esses negócios são ideias ou processos que já estão em evolução, estão em escala de aceleração, tração, para mudar a vida das pessoas.”, afirma.
No hub, os jovens passam o dia desenvolvendo as startups com tecnologias 100% capixabas. Para participar do edital do SEEDS não é necessário ser do Espírito Santo. “O edital é aberto pro Brasil inteiro, porque a ideia é trazer negócios inovadores para se estabelecerem aqui.”, explica o subsecretário.
No entanto, quem for de fora do estado e conseguir estar entre as startups aprovadas, precisa empreender no Espírito Santo. É necessário trazer o CNPJ para o estado e mudar o negócio para poder gerar renda e empregos para o Espírito Santo.
No interior do estado
Além da capital, iniciativas avançam pelo interior. O programa Sementes do Rio Doce atua em nove cidades da bacia afetada pelo desastre de Mariana.
“Ele acontece na bacia do Rio Doce, conectado esses negócios de inovação com os desafios da bacia do Rio Doce com Desastre Mariana […] A gente tá literalmente empenhado em mudar a vida das pessoas”, explica o subsecretário.
Ao mesmo tempo, dados do Instituto Jones Santos Neves indicam investimentos de cerca de R$ 1 bilhão em inovação. O diretor geral do Instituto Jones Santos Neves, Pablo Lira, detalha a importância da união do governo do estado com o setor produtivo.
“Imagina quantos Ronaldos a gente não tem aí espalhado pelo Brasil que não conseguem alavancar o seu seu negócio, prototipar, por conta de uma falta de apoio de uma rede de um ecossistema adequado.”, lembra o diretor do Instituto.





