ES é alvo de operação contra esquema de abortos ilegais

Grupo investigado de forma organizada na venda ilegal de misoprostol (Cytotec)

Por Redação
Foto: Divulgação PCRS

Uma ação conjunta realizada nesta segunda-feira (8) mobilizou equipes policiais em oito estados e no Distrito Federal para combater o tráfico de medicamentos utilizados ilegalmente para provocar aborto. O Espírito Santo está entre os locais onde a operação foi deflagrada, com cumprimento de medidas em Aracruz, no Norte do Estado.

A iniciativa, chamada Operação Aurora, é coordenada pela Polícia Civil do Rio Grande do Sul. Ao todo, três pessoas foram presas, e drogas e celulares foram apreendidos.

Organização criminosa vendia Cytotec e orientava procedimentos

De acordo com a delegada Karoline Calegari, responsável pela investigação, o grupo atuava de forma organizada na venda ilegal de misoprostol (Cytotec) — medicamento de uso hospitalar e controlado — e também prestava suporte virtual para mulheres durante o procedimento abortivo.

Segundo a polícia, os criminosos comercializavam o remédio pela internet, indicavam dosagens e acompanhavam as usuárias em tempo real, configurando um esquema articulado e com atuação em vários estados.

Caso em Guaíba deu início à investigação

A operação começou a partir de um caso registrado em 2 de abril deste ano, quando uma mulher procurou atendimento em um hospital de Guaíba (RS) com fortes dores e expulsou dois fetos. Ela relatou ter tomado misoprostol comprado online e ter recebido orientações virtuais de uma suposta “doutora”, que parou de responder durante o processo.

A gestante contou que chegou até o grupo após pesquisar sobre aborto nas redes sociais e ser abordada por alguém que ofereceu “ajuda”. Ela foi adicionada a um grupo chamado “Sinta-se acolhida”, que reunia mais de 250 mulheres, segundo a investigação.

No grupo, regras determinavam que apenas administradores poderiam vender o medicamento e acompanhar os procedimentos. A polícia identificou que esses responsáveis viviam em diferentes estados, incluindo Espírito Santo, Bahia, Paraíba, Goiás, Minas Gerais, Rio de Janeiro e o Distrito Federal.

Primeira fase mira responsáveis e origem dos medicamentos

A Operação Aurora agora busca esclarecer o papel de cada investigado, entender o funcionamento completo do esquema e descobrir como o misoprostol estava sendo desviado — já que o produto é restrito ao uso hospitalar e não pode ser vendido em farmácias.

Para a delegada Karoline Calegari, o grupo movimentava valores expressivos. Ela destacou que a operação reflete o esforço nacional para combater o narcotráfico e proteger a integridade física das mulheres envolvidas em situações de risco durante abortos clandestinos. As investigações continuam.

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