O Ministério da Saúde enviou técnicos a Vitória para acompanhar as investigações sobre o surto de infecção misteriosa que atingiu funcionários do Hospital Santa Rita de Cássia. A informação foi confirmada pela Secretaria da Saúde do Espírito Santo (Sesa) em coletiva de imprensa nesta segunda-feira (27).
Segundo a Sesa, a presença da equipe federal é um procedimento padrão, adotado sempre que há suspeita de infecção em ambiente hospitalar. O foco da investigação é descobrir a origem do agente infeccioso que contaminou profissionais e acompanhantes.

Situação atual dos casos
Até o momento, 33 funcionários foram diagnosticados com a infecção. Destes, seis seguem internados — três em Unidade de Terapia Intensiva (UTI), sendo dois com evolução positiva e um estável, mas em estado grave.
Além dos trabalhadores, 12 acompanhantes de pacientes que estiveram no hospital durante o período também apresentaram sintomas semelhantes. Todos estão internados em enfermarias de diferentes hospitais do Estado.
Investigações e área isolada
Um dos três centros cirúrgicos do Hospital Santa Rita foi fechado para investigação, enquanto os outros dois continuam funcionando normalmente, por estarem afastados da área onde a contaminação começou.
A Sesa informou que as análises estão sendo conduzidas pelo Laboratório Central de Saúde Pública do Espírito Santo (Lacen/ES) e pela Fiocruz, com a testagem de mais de 300 possíveis patógenos, incluindo bactérias, fungos e outros microrganismos.
Foram descartadas as hipóteses de Covid-19, Influenza A e B e outros vírus respiratórios comuns. A suspeita, agora, é de uma causa ambiental. Possíveis problemas na água ou no sistema de ar-condicionado estão sendo examinados.
Linha do tempo e primeiros sintomas
Os sintomas começaram a surgir no dia 13 de outubro, inicialmente tratados como uma virose ou quadro gripal. No dia 17, os profissionais começaram a relatar dores torácicas, e dois dias depois, ao comparar os casos, as equipes médicas perceberam que se tratava de um surto atípico.
A área onde surgiram os primeiros casos foi desocupada e passa por análises. A Sesa reforça que não há registro de transmissão entre pessoas, já que todos os infectados estiveram no mesmo setor do hospital. “Acreditamos que seja algo conhecido que ainda não foi determinado”, destaca a médica Carolina Salume, coordenadora do Controle de Infecção Hospitalar do Santa Rita.
A Sesa informou ainda que vai divulgar boletins diários com atualizações sobre o avanço das investigações e eventuais novos casos.





