Empresário morto em Vitória foi dopado e asfixiado

Corpo do empresário Carlos José Pereira foi encontrado dentro de carro estacionado em posto de combustível no bairro Andorinhas, em Vitória

Por Redação
Câmeras de segurança do posto de combustíveis registraram toda a ação do suspeito na noite do crime | Divulgação/PCES

A Polícia Civil concluiu as investigações sobre a morte do empresário Carlos José Pereira, de 62 anos, encontrado morto dentro do próprio carro em um posto de combustíveis no bairro Andorinhas, em Vitória, no último dia 25 de julho. Segundo a Divisão Especializada de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), o crime foi um latrocínio — roubo seguido de morte — e o autor, Paulo da Silva de Oliveira, de 29 anos, está preso.

Carlos era dono de um restaurante e havia desaparecido dois dias antes, em 23 de julho. O corpo foi localizado após um vizinho, agente da Guarda Municipal, iniciar uma investigação por conta própria. Ao verificar imagens do sistema de videomonitoramento da cidade, o agente identificou o carro do empresário estacionado no posto desde o dia do desaparecimento. O corpo foi encontrado no banco do carona, coberto com um lençol, como se estivesse dormindo, e sem sinais aparentes de violência.

Segundo o delegado Ramiro Diniz, chefe da DHPP de Vitória, Paulo e Carlos saíram juntos na manhã do dia 23 com destino a uma cachoeira em Santa Leopoldina. De acordo com as investigações, Paulo obrigou o empresário a ingerir clonazepam, um medicamento com efeito sedativo, e assumiu a direção do veículo, mantendo Carlos desacordado no banco do carona.

Durante mais de oito horas, Paulo circulou com o carro da vítima e realizou transações bancárias utilizando os aplicativos do celular de Carlos. Na noite do mesmo dia, estacionou no posto de combustíveis onde pretendia sacar o restante do dinheiro. No entanto, ao perceber movimentação no local, Carlos tentou pedir ajuda. Foi então que Paulo o asfixiou até a morte.

“No posto, Carlos começou a ver que tinha uma movimentação e resolveu clamar por ajuda, pediu socorro. O Paulo se assustou, empurrou a vítima de volta para dentro do carro, fechou o cinto e deu a volta, foi até vítima, tampou a boca e o nariz dela e asfixiou ela até a morte”, relatou o delegado.

Após o crime, Paulo limpou o interior do carro com luvas cirúrgicas, usando máscara, boné e roupas compridas para não deixar rastros. Ele ainda roubou pertences da vítima, como o celular e um cordão de ouro.

Investigação e prisão

Paulo foi preso no dia seguinte, em 26 de julho, ao invadir a casa de um homem com quem mantinha um relacionamento virtual. O crime aconteceu em Costa Bela, na Serra. O suspeito carregava uma faca e foi detido em flagrante após a vítima chamar a polícia.

“Sabendo que o Paulo também era suspeito dessse, começamos a acelerar as investigações. Ele é do Amazonas, um local de muito difícil acesso, então a gente sabia que se ele tivesse algum alvará de soltura em relação a esse outro flagrante dele e fugisse para o Amazonas, ia ser muito mais difícil prendê-lo”, disse o delegado.

Durante buscas na residência do suspeito, em Itaquara, também na Serra, os policiais encontraram as roupas utilizadas por ele no dia do crime, além de recuperarem alguns pertences da vítima. No interrogatório, inicialmente Paulo negou envolvimento, mas acabou confessando ao ser confrontado com as provas.

“Ele confessou cada uma das partes. Que ele asfixiou, que ele queria o dinheiro, que ele tirou o cordão, que ele limpou os digitais, tudo isso. Ao final, ele próprio confirmou”, afirmou o delegado.

A polícia confirmou que Paulo e Carlos se conheciam havia alguns meses. Eles teriam se encontrado algumas vezes antes do crime, após o suspeito trabalhar como garçom em um bar na região de Valparaíso, na Serra, frequentado pelo empresário.

O exame toxicológico apontou a presença de clonazepam no organismo da vítima, identificado por meio do humor vítreo (líquido encontrado dentro do globo ocular), já que o corpo estava em decomposição. No entanto, não foi possível determinar a quantidade da substância ingerida.

Paulo da Silva de Oliveira foi indiciado por latrocínio e encaminhado ao sistema prisional.

Veja também

Privacidade

Para melhorar a sua navegação, nós utilizamos Cookies e tecnologias semelhantes.
Ao continuar navegando, você concorda com tais condições.