Economia do ES ultrapassa nível pré-pandemia

Após ter sofrido uma retração econômica em 2020 devido a pandemia, o Estado ultrapassou os números da pré-pandemia e cresceu 8,1% em 2021. Esse percentual se mostra mais positivo ainda por ser maior do que o resultado nacional de 4,6% em todos os setores analisados. Os dados são do Indicador de Atividade Econômico (IAE) da Federação das Indústrias do Espírito Santo (Findes).

O crescimento se dá principalmente pelo desempenho nas áreas de Serviços e da Industria, tendo elas acréscimo de 9,2% e 6,2%, respectivamente. Apesar de todas as áreas terem apresentado bons números, o da Indústria, teve um papel essencial, ressaltou a Findes em comunicado.

“A Indústria capixaba teve um importante papel na geração de riquezas no Espírito Santo em 2021. Ela é o segundo maior setor da economia estadual e corresponde por 22% do PIB do Estado. O resultado positivo que tivemos no ano passado representa todo o esforço e dedicação do segmento para superar os desafios que chegaram com o coronavírus”, comenta a presidente da Findes, Cris Samorini.

Pré-pandemia 

Em comparação ao quarto trimestre de 2019, último ano antes da pandemia, o Estado aumentou economicamente em 5,4%. Ele ultrapassa o Brasil, pois nessa comparação cresceu somente 0,5%.

Entre as atividades que se destacaram nesse contraponto entre 2019 e 2022 estão: Indústria de transformação (16,3%), construção (12,6%) e  comércio (18,6%). Todos passaram o nível do quarto trimestre do último ano sem pandemia.

“Especificamente sobre a Indústria de transformação, todas as atividades pesquisadas registraram avanços em 2021, motivadas pela retomada de demanda interna e externa ao estado. O destaque ficou por conta das atividades de celulose e papel e de fabricação de produtos alimentícios que, além de crescerem 13,9% e 5,6%, respectivamente, em 2021, também cresceram em 2020 (21,5% e 2,8%, nesta ordem), ano em que a maioria das atividades econômicas apresentou resultado negativo”, explica Marília.

Imagem: Findes

Participação da vacinação

O avanço da vacinação contra a Covid-19 no Brasil é colocada por Samorini como ponto fundamental para esse resultado. Com o aumento da adesão da população pela imunização, o número de casos, mortes e taxa de transmissão diminuíram e as regras de restrição começaram a serem flexibilizadas.

O presidente informou que esse quadro possibilitou uma volta mais segura das atividades, sobretudo daqueles com maior necessidade de interação física, como o setor de serviços.

A industrial lembra que o ano de 2021 foi caracterizado pela reabertura e retomada das atividades econômicas no Estado, no país e no mundo, após as restrições provocadas pelo primeiro ano de pandemia (2020).

Mesmo com o avanço, alguns problemas foram enfrentados durante 2021, como: descompasso entre as cadeias globais de suprimentos, novas variantes do vírus, aumento global dos preços (puxado pela crise mundial energética e aumento dos preços das commodities).

A análise da Federação também apontou problemas nacionais, como a crise hídrica e redução do poder de compra das famílias brasileiras como dificuldades enfrentadas pela economia.

“Foi neste cenário que a atividade econômica do Espírito Santo registrou aumento. Com a exceção da agricultura, que recuou 0,8%, os demais setores registraram altas, sendo de 6,2% para a Indústria e de 9,2% para o setor de serviços”, disse Marília Silva, gerente-executiva do Instituto de Desenvolvimento Industrial do Espírito Santo (Ideies/Findes) e economista-chefe da Findes.

Únicos setores em queda

Por sua vez, as duas atividades que compõem o setor da Indústria extrativa capixaba apresentaram queda. A mais expressiva foi o setor de petróleo e gás (-19,3%), que acumula seis anos consecutivos de retração. A pelotização e outras atividades contraíram 10,7% e totalizaram o terceiro recuo anual.