Dina Boluarte, a dama de ferro, nova presidente do Peru

A nova presidente do Peru, Dina Boluarte, assumiu o país na última quarta-feira (7), poucas horas após o Congresso destituir o ex-mandatário Pedro Castillo do cargo. A então vice-presidente, pouco conhecida internacionalmente, agora terá que liderar a nação em uma crise que parece estar só começando.

Nascida em Chalhuana em 31 de maio de 1962, Boluarte é formada em direito e se destacou na vida pública por defender os direitos das mulheres e da igualdade de gênero.

A vida política da nova presidente do Peru é recente. A primeira corrida eleitoral que ela participou foi em 2018, quando tentou o cargo de prefeita em Surquillo junto ao Partido Libertário do Peru.

Em 2020, novamente concorreu em uma eleição, desta vez na tentativa de conquistar uma cadeira no Congresso — também sem êxito.

Apenas em 2021, quando participou da chapa de Castillo como vice-presidente, que a advogada ganhou o primeiro pleito. Na época, a política também assumiu o Ministério do Desenvolvimento e Inclusão Social, o qual renunciou em menos de quatro meses.

A chegada de Boluarte à presidência do Peru também ocorreu 48 horas depois da Subcomissão de Acusações Constitucionais arquivar uma denúncia contra ela por supostas irregularidades na renúncia ao Reniec (Registro Nacional de Identificação e Estado Civil), órgão onde trabalhava desde 2007.

Além disso, foi presidente do Clube Departamental Apurímac, cargo para o qual realizou procedimentos de transferência de funções que lhe renderam uma investigação do Congresso, que finalmente decidiu que ela não havia cometido infração constitucional.

Ao se tornar a primeira mulher presidente da história do Peru nesta quarta-feira, jurou “por Deus, pela pátria e pela Constituição” e disse que estava tomando posse “de acordo com a Constituição Política do Peru, de agora até 28 de julho de 2026”, quando deverá se encerrar o atual período de governo.

Boluarte acrescentou que entre os compromissos estará “defender” a soberania nacional e que vai “cumprir e fazer cumprir” a Constituição e as leis do país.

Além disso, contou que vem de “um pequeno vilarejo” no interior do Peru, que é a última filha de uma família que vivia em condições precárias e que ali aprendeu sobre trabalho e lealdade graças ao afeto de seus pais.