Dia da Cachaça: conheça a história por trás

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Uma das bebidas mais tradicionais do Brasil tem o seu próprio dia, a cachaça. No dia 13 de setembro, se comemora o “Dia Nacional da Cachaça”, data instituída para relembrar os tempos de um Brasil colonial, quando o destilado já foi o centro de uma rebelião contra os portugueses.

Na década de 1630, a produção de cachaça era uma importante atividade econômica no Brasil. Contudo, a popularidade do produto ocasionou na redução do consumo da bagaceira – produto português feita do bagaço da uva. Preocupados com o crescimento da aguardente no mercado, em 1635, os portugueses proibiram a produção e comercialização da cachaça. Mas a falta de fiscalização permitiu a continuidade do negócio clandestinamente, chegando até virar moeda de troca para compra de alimentos e produtos diversos.

Em 13 de setembro de 1649, por meio de um Carta Real, foi proibido a fabricação e a venda da cachaça em todo o território brasileiro. Segundo a história, os proprietários de cana-de-açúcar e alambiques, indignados com as constantes cobranças de impostos e pelas perseguições por vender a bebida, se revoltaram no dia 13 de setembro de 1661, tomando o poder no Rio de Janeiro por cerca de cinco meses.

Considerada um dos primeiros movimentos de insurreição nacional, a Revolta da Cachaça abriu caminho para a legalização do produto. Em outubro de 2010, a Comissão de Educação e Cultura da Câmara dos Deputados  aprovou o projeto de lei do deputado Valdir Colatto (PMDB-SC) que oficializa o “Dia Nacional da Cachaça” no dia 13 de setembro.

De acordo com o Programa Brasileiro de Desenvolvimento da Aguardente de Cana, Caninha ou Cachaça (PBDAC), a produção no país gira em torno de 1,3 bilhão de litros por ano, sendo que cerca de 75% desse total é proveniente da fabricação industrial e 25%, da forma artesanal.

Em 2018, o Espírito Santo recebeu o título, pelo III Ranking Cúpula da Cachaça, de melhor cachaça do Brasil. O prêmio pertence a cachaça Aquarela, do alambique Princesa Isabel, produzida em Linhares, no norte do Estado. Segundo o produtor e dono do alambique, Adão Cellia, a cachaça de alambique vem ocupando um lugar muito forte no consumo do brasileiro. “A cachaça de alambique está, cada vez mais, em uma posição de destaque no consumo brasileiro. Antes, essa posição era mais ocupada por destilados internacionais, como o whisky e a vodka”, explica.

Para o produtor, o aumento do consumo da cachaça de alambique tem estimulado a economia. “E uma forma de estimular o crescimento, a expansão de negócios, de emprego e de renda aqui no Brasil”, salientou Adão ressaltando a valorização de um produto genuinamente brasileiro. “É um produto que está extremamente irrigado com a historia e cultura deste povo brasileiro”.

Segundo Cellia, a pandemia do novo coronavírus trouxe mudanças no negócio, que teve que se adaptar as vendas pela internet. “Como muitos setores, tivemos que reinventar muitas atividades e ações na parte comercial . Tivemos crescimento nas vendas online, forçando uma migração importante da nossa carteira para esse tipo de venda”, enfatizou o produtor.

O proprietário do alambique Princesa Isabel também celebra o Dia Nacional da Cachaça. “Amanhã, Dia Nacional da Cachaça, é motivo de muita comemoração pra tudo que representa e tem representado a cachaça no Brasil”, declarou. Além do primeiro lugar, o alambique conquistou a 20ª posição com a cachaça Sete Cores (jaqueira).

No Estado, estima-se que o mercado capixaba possui um faturamento anual em torno de R$ 250 milhões, empregando cerca de três mil pessoas, direta e indiretamente, nos meios rural e urbano.

Segundo o Anuário da Cachaça no Brasil, lançado em 2019 pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, o Espírito Santo aparece como o 3º estado que mais produz o destilado no país, ficando apenas atrás de Minas Gerais e São Paulo. O estudo ainda evidencia que a região Sudeste detêm a maior concentração de produtores de cachaça de todo o Brasil.

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