Coletivo das Mulheres que Lutam protestam em Guarapari

O Coletivo Mulheres que Lutam de Guarapari protestou na manhã desta quarta-feira (29) no 10º Batalhão da Polícia Militar do município contra a agressão a uma mulher, praticada por dois policiais militares na cidade.  Eles baterem no rosto dela e deram socos no estômago ao atenderam uma ocorrência no último sábado (25).

O grupo segurou cartazes com frases de  revolta ao acontecimento. Em um post feito em uma rede social, deixaram claro não aceitar a ausência de punição para quem cometeu a violência.

“Enfatizamos que não vamos admitir que o autor da violência fique impune. Exigimos que a Polícia Militar tome providências em relação ao policial que, embora tenha o dever de zelar pela segurança, agiu de maneira inadmissível ferindo a integridade física e psicológica de uma uma civil”, publicou o coletivo.

O racismo nas ações da corporação foi outro ponto frisado. “É preciso também citar o racismo institucional que impera e que essa violência denuncia. Porque certamente, se estivéssemos falando de uma mulher branca num bairro nobre, a abordagem não aconteceria da mesma forma.”

Na postagem ainda há uma reflexão sobre o preparo dos profissionais da segurança público ao tratar com pessoas com problemas psicológicos. Elas questionaram o fato de uma pessoa que necessita de acolhimento ser brutalmente agredida.

Ao todo, 20 mulheres se reuniram em frente ao local em manifestação de repúdio a atitude dos polícias.

Entenda o caso

No último sábado (25), em uma abordagem policial no bairro Lameirão, em Guarapari, dois profissionais militares foram filmados dando tapas no rosto e joelhadas em uma mulher. As imagens circularam pelas redes sociais apenas na tarde de ontem (28), e levou ao afastamento dos policias.

Os policias alegam legitima defesa. Em nota, a Associação dos Cabos e Soldados do Espírito Santo (ACS-ES), informou que a mulher havia mordido os policias e atentado uma vizinha com faca, e por isso agiram dessa forma.

O representante da corregedoria da Policia Militar, tenente-coronel Marques, disse na manhã desta quarta-feira (29) que os policiais, ao entrarem na corporação, tem disciplinas de defesa pessoal e uso expressivo de força.

Entretanto, ao ser questionado se existe um protocolo de ação no momento de conter uma pessoa com transtorno mental em surto, o tenente-coronel respondeu apenas que “quando os profissionais assumem uma ocorrência, eles são responsáveis pelo uso da força assim que as atendem e de como usam as técnicas.”

Um Inquérito Policial Militar foi instaurado para investigar o ocorrido e o resultado sairá em torno de 60 dias.