Uma empresária capixaba, motorista de caminhão, tentou passar por um protesto de um grupo indígena na BR-101 na Bahia, na altura de Itamaraju, na segunda-feira (7) e teve o caminhão depredado pelos manifestantes. Em um vídeo, divulgado nas redes sociais, Elaine Tschaen Schneide diz que teve o cabelo puxado e foi ameaçada pelos indígenas.
O protesto acontecia por conta da prisão do cacique Suruí Pataxó, que foi detido em uma ação da Força Nacional de Segurança, no território indígena de Barra Velha, em Porto Seguro, na última quarta (2). Ele e outras duas pessoas foram presas pela Polícia Federal após serem flagrados com diversas armas.
A Articulação dos Povos e Organizações Indígenas do Nordeste, Minas Gerais e Espirito Santo (Apoinme) se manifestou contra a prisão do cacique e disse que ele foi detido injustamente. Em uma publicação nas redes sociais, o grupo mostra o momento em que a capixaba foi retirada do caminhão e levada pelos indígenas.
“Ela furou a barreira da manifestação legítima que nós estamos fazendo. O que ela fez foi um atentado de homicídio contra nosso povo. Nós não vamos fazer nada com ela. A gente poderia, mas não vamos fazer, vamos entregar ela para a polícia. Vamos registrar um boletim de ocorrência por tentativa de homicídio coletivo contra o nosso povo”, narra o vídeo.
A capixaba contou em um vídeo, divulgado nas redes sociais, que foi fazer uma entrega em Eunápolis e que quando retornava ao interior do Espírito Santo, ela se deparou com o protesto. Segundo ela, pessoas disseram que o trecho estava sendo liberado por alguns carros.
“Quando eu cheguei perto, de um lado tinha uma multidão e do outro tinha uma varinha fina só (bloqueando a pista) e uma caminhonete na minha frente. Essa caminhonete passou e aí eu peguei e fui com o caminhão. A caminhonete parou e pulou um monte de gente e foram quebrando e bateu no caminhão. Pularam na porta e me mandaram sair. Eu tinha dois telefones, um eles arrancaram de mim e jogaram no chão, pegaram um pau grosso e esmagou ele todo, e falou ‘é isso que vamos fazer com você’. Eu não consegui fazer nada, pediram pra sair e já foram me empurrando”, contou.
Ainda de acordo com a mulher, ela sofreu ameaças. “Fizeram uma roda, me colocaram no centro, falando que eles tinham que ser respeitados e que só não me mataram porque uma senhora lá, mas mais velha, tinha pedido. Eu pedi desculpas, só falei que estava com pressa porque eu tenho um bebê em casa e só queria ir embora”, relatou.
De acordo com a Polícia Rodoviária Federal (PRF), a mulher foi conduzida à Delegacia de Polícia Civil de Itamaraju para registro da ocorrência. Ela optou por não receber atendimento médico e foi liberada.
