Três residentes do sul da Flórida, nos Estados Unidos, foram indiciados nesta quinta-feira por um júri federal sob a acusação de fazerem parte de um esquema global de fraude de criptomoedas que gerou cerca de 100 milhões de dólares (mais de R$ 525 milhões) em receitas ilícitas, segundo a Procuradoria do Distrito Sul da Flórida.
O trio, formado por dois brasileiros e um estrangeiro, radicados na cidade de Stuart, foi acusado de “conspiração para cometer fraude bancária, conspiração para cometer fraude de títulos”, e os dois primeiros foram também acusados de “conspiração para cometer lavagem de dinheiro internacional”.
De acordo com a acusação, os brasileiros fundaram a EmpiresX, uma plataforma de investimento em criptomoedas e de oferta de títulos não registrada.
Os integrantes do grupo teriam “promovido fraudulentamente a EmpiresX” ao enganar investidores sobre, entre outras coisas, um suposto bot comercial que alegavam poder gerar retornos garantidos aos investidores na EmpiresX, disse a acusação em comunicado.
Os dois brasileiros lavaram depois os fundos dos investidores por meio de uma troca de criptomoedas no exterior e pagaram antecipadamente aos investidores da EmpiresX com dinheiro obtido de investidores posteriores, seguindo um esquema fraudulento de pirâmide.
“Nosso escritório está empenhado em proteger os investidores contra os sofisticados golpistas que procuram capitalizar a relativa novidade da moeda digital”, disse Juan Antonio Gonzalez, procurador do Distrito Sul da Flórida.
“Como com qualquer tecnologia emergente, aqueles que investem em criptomoedas devem desconfiar das oportunidades de lucro que parecem boas demais para ser verdadeiras”, avisou Gonzalez.
Anthony Salisbury, um agente especial em Miami da Homeland Security Investigations, afirmou que “esse caso deve servir de aviso a qualquer pessoa que procure capitalizar ilegalmente a ambiguidade percebida do mercado de criptomoedas para tirar partido de investidores inocentes”.