Biomédico é indiciado por deformar pacientes em Vitória

Segundo a polícia, vítimas chegaram a ficar com o rosto caído e com graves danos estéticos após se submeterem a procedimentos no estabelecimento que fica na Enseada do Suá

Por Redação

Um biomédico e sócio administrador de uma clínica de estética, de 39 anos, foi indiciado após pacientes ficarem com rostos deformados depois de passarem por procedimentos feitos por ele no estabelecimento que fica na Enseada do Suá, em Vitória. Segundo a polícia, o homem vai responder por lesão corporal gravíssima, exercício ilegal de medicina e estelionato.

As investigações começaram após pacientes denunciarem os danos sofridos. Uma das vítimas chegou a ficar com o “rosto caído” e teve sérias sequelas, como cicatrizes grosseiras permanentes.

“Outra vítima que ouvimos na delegacia fez uma blefaroplastia e agora essa paciente simplesmente não consegue fechar o olho”, contou o titular do 3º Distrito Policial de Vitória, delegado Diego Bermond.

Segundo a polícia, o biomédico estava com o registro no conselho de classe suspenso desde maio e não tinha autorização para realizar alguns tipos de procedimentos. Durante este período até novembro, o homem teria feito cerca de 600 cirurgias.

O delegado revelou que ao menos sete pessoas já prestaram depoimento sobre procedimentos feitos na clínica que “deram errado”. Mas ele acredita que o número seja bem maior.

“É muito importante que as pessoas procurem saber qual a procedência daquele profissional e se inteirar em relação a esse histórico dessa pessoa que vai fazer procedimentos estéticos ou cirúrgicos”, destacou Bermond.

Parte da clínica foi interditada

A Vigilância Sanitária de Vitória também participou da investigação. Durante fiscalização do órgão em novembro, foi identificado no local instrumentos cirúrgico e materiais utilizados nos procedimentos sem a devida identificação da data de esterilização, nem a validade, além de alguns apresentarem indícios de oxidação. Os objetos foram apreendidos.

Duas salas chegaram a ser interditadas pela Vigilância Sanitária, mas após serem feitas adequações, os espaços voltaram a funcionar.

O nome do biomédico não foi divulgado. Ele não foi preso e a clínica continua funcionando, porém sem a participação dele.

Segundo a polícia, as investigações continuam.

Foto: Divulgação PCES

Defesa do biomédico

Em nota enviada à imprensa, o advogado do biomédico alegou  que o homem trabalhava legalmente e que sempre agiu de boa-fé com seus pacientes. Confira o comunicado na íntegra:

Informamos que o profissional investigado sempre trabalhou dentro dos limites de sua profissão, tendo uma clínica multidisciplinar na qual outros profissionais atuam e realizam procedimentos de suas competências.

Não há nenhum processo transitado em julgado ou sequer com sentença que comprove atuação ilegal do profissional, que age com boa-fé e probidade, obedecendo ao código de ética de sua profissão.

Convém destacar, ainda, que foi arquivado recentemente processo relativo ao exercício profissional por não haver nenhuma prova de qualquer atuação ilegal.

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