Joe Biden, presidente dos Estados Unidos, autorizou a Ucrânia a usar mísseis americanos de longo alcance na guerra contra a Rússia, pela primeira vez, segundo informações divulgadas pelo The New York Times, neste sábado (17). A permissão se deu horas depois de um ataque russo que matou ao menos sete pessoas.
Segundo as autoridades, os mísseis devem ser usados para proteger as forças ucranianas na região de Kursk, no oeste da Rússia, em resposta à decisão inesperada dos russos de enviar tropas norte-coreanas para combate.
Ainda de acordo com o The New York Times, a decisão do presidente dos Estados Unidos mostra uma mudança significativa na política do país. Isso porque, a autorização para uso dos mísseis dividiu os conselheiros de Biden. Além disso, o fato ocorreu após a vitória de Donald Trump nas eleições americanas, e o republicano prometeu limitar o apoio à Ucrânia.
O jornal norte-americano destacou também que algumas autoridades dos EUA estão preocupadas com a reação que o uso de mísseis dos EUA pela Ucrânia possa provocar em Vladimir Putin. O receio é que o presidente russo possa adotar medidas retaliatórias.
Vale reforçar que o envio de mais de 10 mil soldados norte-coreanos e a resposta de Biden acontecem a poucos meses de Trump voltar para a Casa Branca como presidente dos EUA. Trump chegou a dizer que um de seus objetivos era acabar com a guerra o mais rápido possível. O vice-presidente eleito, J.D. Vance, apresentou um esboço que permitiria aos russos ficar com o território ucraniano tomado por eles.
O presidente ucraniano Volodymyr Zelensky, em contrapartida, espera poder trocar qualquer território russo que detenha na região de Kursk por território ucraniano detido pela Rússia, em futuras negociações.