Autoridades monitoram a usina Angra 2 após vazamento

Incidente na usina foi detectado no final de dezembro

Por Agência Brasil
Foto: Tomaz Silva/Agência Brasil

A Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN) confirmou nesta sexta-feira (21) que monitora a situação da usina Angra 2 após um vazamento ser detectado em dezembro do ano passado. Ainda não existe risco iminente de liberação de radioatividade para o meio ambiente, mas manual da usina prevê que ‘reparo seja feito o mais rápido possível’.

O vazamento de líquido aconteceu em um primeiro selo do núcleo. No total, dois selos e um dreno protegem a vedação do equipamento, impedindo que radioatividade se espalhe dentro da contenção de concreto e que um acidente nuclear mais grave, conhecido como LOCA (Loss of Coolant Accident, ou perda de líquido de arrefecimento, em português) aconteça.

O vazamento do primeiro selo é previsto no manual como um acidente “relevante”, mas de reparo simples. Simples, mas caro. A usina precisaria ser desligada para a troca do selo.

Com o primeiro selo rompido, o líquido refrigerante circula na primeira câmara, mas um dreno impede que algum problema mais sério ocorra logo a curto prazo. O funcionamento com o dreno é viável, mas não pode se alongar.

O desligamento da usina e a troca do selo por um sobressalente (como chamam a peça de substituição), precisa acontecer antes que o dreno fique sobrecarregado e outras peças dentro do núcleo sejam prejudicadas pela umidade.

O manual não fala por quanto tempo em “modo estepe” ele conseguiria garantir a segurança do núcleo.

O selo “reserva” é considerado material de compra obrigatória, pois essa peça, em específico, é tida como “ponto único de vulnerabilidade” nos critérios de segurança nuclear.

Veja a nota do Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN)

Com monitoramento rigoroso e total transparência, CNEN garante a segurança operacional da Usina de Angra 2

A Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN), por meio da Diretoria de Radioproteção e Segurança (DRS), esclarece que acompanha de perto e em tempo real a situação operacional da Usina Nuclear de Angra 2, rebatendo qualquer alegação de sigilo ou falta de transparência.

O evento citado na reportagem do Portal R7 ocorreu em dezembro de 2024, prontamente identificado pelos inspetores residentes da CNEN, que atuam 24 horas por dia na usina. Desde então, a situação vem sendo monitorada continuamente por meio do Relatório de Atividades e Situação Operacional (RASO), emitido diariamente pelo Distrito de Angra dos Reis (DIANG).

Os dados coletados indicam que o vazamento interno no primeiro selo do vaso do reator se mantém estável e não compromete os critérios de segurança estabelecidos pelo projeto. Importante destacar que situação semelhante já foi registrada em 2010 e tratada dentro dos protocolos técnicos.

O vaso do reator conta com um sistema de dupla vedação, garantindo redundância e aumentando as barreiras de proteção. O segundo selo permanece íntegro e cumpre sua função de impedir qualquer liberação de água contaminada para fora do circuito primário. Esse tipo de ocorrência é previsto no projeto da usina e está sob controle.

Além disso, a DRS/CNEN realiza auditorias regulares para garantir que os estoques de peças sobressalentes estejam em conformidade com as necessidades operacionais, verificando eventuais reposições necessárias.

Usinas nucleares, como Angra 1 e Angra 2, são instalações de alta complexidade, onde pequenos vazamentos internos podem ocorrer sem comprometer a segurança. Essas situações são continuamente inspecionadas e gerenciadas dentro dos padrões internacionais mais rígidos.

A sociedade pode ter plena certeza de que o Brasil conta com um órgão regulador rigoroso e incansável em sua missão de zelar pela segurança nuclear, garantindo a proteção da população e do meio ambiente com transparência e responsabilidade.

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