Asteroide de R$ 55 quintilhões pode impactar economia global

Exploração de corpo metálico raro rico em ouro e que fica entre Marte e Júpiter pode revelar segredos sobre a formação dos planetas

Por R7
Asteroide metálico é alvo de missão da Nasa/Nasa

Internacional/R7 – A Nasa iniciou, em 2023, uma das missões mais ambiciosas de sua história ao lançar a sonda Psyche em direção ao asteroide homônimo, situado no cinturão entre Marte e Júpiter. O objetivo principal é estudar o 16 Psyche, um corpo celeste avaliado em impressionantes US$ 10 quintilhões (cerca de R$ 55 quintilhões) devido à sua alta concentração de metais valiosos como ouro, platina e cobalto.

O lançamento da nave ocorreu em 13 de outubro de 2023, a partir do Kennedy Space Center, na Flórida. Se tudo correr conforme o planejado, a chegada da sonda ao destino está prevista para o verão de 2029. Durante mais de dois anos, a Psyche vai orbitar o asteroide, chegando a apenas 75 quilômetros de sua superfície para coletar dados inéditos.

O valor atribuído ao 16 Psyche leva em conta a possibilidade, ainda puramente teórica, de extrair e trazer os metais à Terra. Cientistas calculam que, se fosse viável minerar e transportar o conteúdo do asteroide, seu valor superaria em cem mil vezes o produto interno bruto global, estimado em US$ 100 trilhões (R$ 550 trilhões).

Mineração

No entanto, especialistas ressaltam que, com a tecnologia atual, não há meios de capturar ou minerar um objeto tão distante e massivo. Mesmo que tais obstáculos fossem superados, o ingresso de tamanha quantidade de metais no mercado global faria os preços despencarem drasticamente, reduzindo muito o valor prático da descoberta.

A missão vai além do potencial econômico. “Estou animada para ver o tesouro científico que Psyche irá desvendar como nossa primeira missão a um mundo metálico”, afirmou Nicola Fox, administradora do Diretório de Missões Científicas da Nasa. O asteroide, com cerca de 280 quilômetros de comprimento e 230 de largura, é considerado pelos cientistas como sendo composto entre 30% e 60% de ferro e níquel.

Ao contrário da maioria dos asteroides, que são formados basicamente por rocha e gelo, o 16 Psyche pode ser o núcleo metálico exposto de um planeta primitivo que não chegou a se formar, oferecendo pistas valiosas sobre o processo de criação dos planetas, incluindo a Terra.

Benjamin Weiss, professor do MIT, ressaltou o caráter inédito do projeto. “Será a primeira vez que enviaremos uma missão a um corpo que não é composto principalmente de rocha ou gelo, mas de metal. Asteroides são blocos de construção planetária, e Psyche pode nos contar como planetas se formaram”, disse.

A sonda, do tamanho de uma van, será impulsionada por propulsores iônicos que aceleram partículas de xenônio, atingindo velocidades de até 200 mil quilômetros por hora. A trajetória inclui uma passagem por Marte, prevista para o início de 2026, aproveitando a gravidade do planeta vermelho para ganhar impulso até Psyche.

Núcleo da Terra

Durante ao menos 26 meses, a nave vai mapear a composição da superfície, analisar a gravidade e investigar o campo magnético do asteroide. As informações devem ampliar o entendimento dos cientistas sobre o núcleo metálico da Terra, uma região ainda inacessível para estudos diretos.

Para Lindy Elkins-Tanton, líder da missão, a descoberta de recursos tão valiosos levanta debates interessantes sobre a possibilidade de controlar mercados ou resolver de vez a escassez de metais, mas tudo permanece no campo da especulação científica.

Enquanto isso, a missão Psyche segue como um dos projetos mais inovadores da Nasa, prometendo não só possíveis respostas para antigas questões científicas, mas também inspirando reflexões sobre o futuro da exploração espacial e os limites do conhecimento humano.

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