Transformar o centro histórico de Vitória em um espaço mais humano e sustentável não é apenas uma questão estética, mas uma necessidade social e ambiental. O arquiteto e urbanista Murillo Paoli defende essa causa e busca incentivar discussões e projetos já implementados pelo poder público para revitalizar o bairro.
“Participo de diversas iniciativas que façam com que o bairro tenha mais vida, identidade e pertencimento ao coração da cidade”, explica o arquiteto.
Com as ruas atualmente dominadas por automóveis, surge a proposta de experimentar calçadas amplas, arborização densa e ciclovias contínuas, promovendo caminhadas, encontros e deslocamentos mais seguros. Além disso, alternativas de transporte coletivo — como ônibus elétricos e trens de superfície — podem tornar o acesso ao Centro mais democrático e menos poluente.
“Tenho ilustrações que me possibilitam testar ideias urbanísticas antes de executá-las, mostrando como pequenas mudanças podem impactar diretamente a vida das pessoas e o meio ambiente”, acrescenta Paoli.
A tecnologia também contribui para recuperar fachadas históricas, ocupar imóveis subutilizados com moradias e serviços, implementar pavimentação drenante e criar microclimas mais frescos. Soluções como a substituição da fiação aérea por redes subterrâneas também podem ser simuladas digitalmente, preservando a paisagem urbana e reforçando a identidade da cidade.
“O Centro tem tudo para ‘viver’ de novo: construções históricas, prédios com projetos arquitetônicos belíssimos, espaços culturais. A intenção é provocar uma reflexão: é hora de imaginar cidades menos carrocêntricas, mais humanas e voltadas para as pessoas”, pontua o arquiteto.
Reurbanização da Beira-Mar no Centro de Vitória
A tradicional avenida Marechal Mascarenhas de Moraes, mais conhecida como Beira-Mar, em Vitória, passará por uma reurbanização completa. O contrato para início das obras foi assinado nesta sexta-feira (1º) pela Prefeitura da capital. A intervenção, que faz parte do programa Vitória de Frente para o Mar, vai transformar 4,2 quilômetros da via — entre o Porto de Vitória, no Centro, e as proximidades do Hortomercado, na Enseada do Suá — em um novo espaço turístico e de lazer.
A nova Beira-Mar terá passarelas, ciclovia, píeres, deques, áreas de contemplação, playgrounds, mobiliário urbano e estruturas voltadas ao uso coletivo. A proposta é que a via deixe de ser apenas um corredor viário e se torne um cartão-postal voltado para pedestres, ciclistas e visitantes.