Aquecimento global está reduzindo a produtividade dos trabalhadores dos Estados Unidos

Enquanto grande parte dos Estados Unidos sufoca sob um calor recorde, os motoristas e trabalhadores dos armazéns da Amazon entraram em greve, em parte para protestar contra as condições de trabalho que podem exceder os 38ºC.

Em dias especialmente quentes em Orlando, na Flórida, as equipes de serviços públicos têm adiado as vistorias de vazamentos de gás, já que podem correr risco de morte ao escavar ao ar livre usando equipamento de segurança pesado. Mesmo no Michigan, na fronteira norte do país, as equipes de construção têm encurtado o expediente por causa do calor.

Agora que as mudanças climáticas elevaram as temperaturas da Terra aos níveis mais altos registrados na história e que as projeções indicam que elas subirão ainda mais, novas pesquisas mostram que o impacto do calor sobre os trabalhadores está se espalhando por toda a economia, diminuindo a produtividade.

O calor extremo está afetando regularmente os trabalhadores de setores além dos esperados, como agricultura e construção. As temperaturas escaldantes estão causando problemas para quem trabalha em fábricas, armazéns e restaurantes, bem como para funcionários de companhias aéreas e empresas de telecomunicações, serviços de entrega e fornecedores de energia. Até mesmo os auxiliares de saúde domiciliar estão enfrentando dificuldades.

“Sabemos há muito tempo que, por causa da grande sensibilidade à temperatura, o desempenho humano diminui drasticamente com a exposição ao calor, mas o que não sabíamos, até muito recentemente, era se e como essas respostas laboratoriais extrapolavam significativamente para a economia do mundo real. E o que estamos aprendendo é que as temperaturas mais quentes parecem danificar as engrenagens da economia de muitas maneiras além das esperadas”, explicou R. Jisung Park, economista ambiental e trabalhista da Universidade da Pensilvânia.