Após resultados negativos de DNA, corpo de paciente ‘Clarinha’ poderá ser enterrado

Por Yasmin Baier

Após testes de DNA para identificar a paciente ‘Clarinha’, que morreu na noite de 14 de março, após 24 anos em coma , a Polícia Científica do Espírito Santo (PCIES) concluiu as tentativas sem nenhum resultado positivo. Com isso, o corpo será liberado para o médico Jorge Potratz, coronel da reserva da PM que cuidou de Clarinha desde 2001, quando ela deu entrada no Hospital da Polícia Militar (HPM), localizado em Vitória.

De acordo com a PCIES, o resultado do último exame de DNA saiu nesta quinta-feira (09). Desde a morte de Clarinha, 12 famílias se apresentaram como possíveis parentes da paciente. Todas foram submetidas a exames, que deram negativo para o parentesco. Dos doze exames realizados pela PCIES, oito foram realizados pelo Departamento Médico Legal e quatro pelo Laboratório de DNA Forense, dois destes em cooperação com outros Estados. Antes do falecimento, outras duas famílias haviam sido submetidas a exames de DNA, em 2015 e 2022, também com resultados negativos.

Investigações sobre a identidade

A investigação sobre a verdadeira identidade de Clarinha já havia sido iniciada anos antes do falecimento. O material biológico da paciente foi coletado por peritos em 2015, e desde então seu perfil genético faz parte do banco estadual de perfis genéticos, onde ainda permanece. Dessa forma, mesmo com o passar dos anos, seu perfil genético será periodicamente comparado com familiares cadastrados nos bancos de dados de todo o país, de forma automática. Além disso, foram coletadas impressões digitais, que podem ser comparadas às fichas de registro de pessoas de todo o Brasil.

Ainda conforme a PCIES, as comparações foram intensificadas após a morte da paciente, quando várias famílias passaram a se apresentar como possíveis parentes. Oito comparações necropapiloscópicas deram resultado negativo, sendo três famílias de São Paulo e as demais de Brasília (DF), Bahia, Espírito Santo, Paraná e Minas Gerais.

Em outros quatro casos, não foi possível fazer a comparação por digitais, sendo necessária a realização de exame de DNA. Quatro exames foram realizados pelo Laboratório de DNA Forense, sendo que em dois casos o estado de São Paulo e o Distrito Federal colaboraram encaminhando os perfis genéticos de supostos familiares para comparação. Todos os resultados também deram negativo.

Com a conclusão dos exames, a documentação para prosseguir com o sepultamento foi disponibilizada para o médico Jorge Potratz, que se apresentou como responsável pela paciente. O próximo passo é o coronel dar entrada no processo para autorização do sepultamento, por via judicial.

Exames necropapiloscópicos negativos – todos realizados pela PCIES:

Um caso de Brasília
Um caso da Bahia
Um caso do Espírito Santo
Um caso do Paraná
Um caso de Minas Gerais
Três casos de São Paulo

Exames DNA negativos:

Um caso de São Paulo
Um caso de Minas Gerais
Um caso do Distrito Federal – perfil genético do familiar encaminhado pelo Instituto de Pesquisa de DNA Forense da Polícia Civil do Distrito Federal
Um caso de São Paulo – perfil genético do familiar encaminhado pelo Núcleo de Biologia e Bioquímica da Superintendência de Polícia Técnico Científica de São Paulo

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