Uma semana após uma explosão assustar moradores e causar danos em Cachoeiro de Itapemirim, no Sul do Espírito Santo, a pedreira da empresa Minerasul, localizada na localidade de São Simão, será alvo de uma vistoria técnica nesta quarta-feira (9). A ação será conduzida por uma equipe do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Espírito Santo (Crea-ES), com engenheiros, tecnólogos, geocientistas e especialistas em segurança do trabalho.
O objetivo da vistoria é verificar se a empresa responsável pela detonação está operando dentro da legalidade, com profissionais devidamente habilitados e com as devidas Anotações de Responsabilidade Técnica (ARTs) emitidas. Também será analisado se os serviços estavam sendo realizados de acordo com as normas técnicas e protocolos de segurança exigidos por lei.
“Nossa intervenção inicial é sempre no sentido orientativo e educativo, no entanto, como órgão fiscalizador, também exigimos rigor técnico, boas práticas, ética e legalidade profissional. Se o caso requerer, iremos aplicar multas e sanções previstas em lei”, afirmou o presidente do Crea-ES, engenheiro Jorge Silva.
Explosão preocupou moradores
O episódio que motivou a vistoria ocorreu na manhã da última quarta-feira (3), quando uma forte explosão na pedreira lançou rochas para fora da área de mineração. Os blocos atingiram terrenos, ruas e até a linha férrea nas imediações do bairro IBC.
Moradores relataram que as detonações são frequentes, mas a intensidade desta última chamou atenção. Algumas das pedras chegaram a rolar em direção a casas e construções próximas, aumentando a apreensão da comunidade sobre os riscos da atividade.
Após o incidente, a Secretaria Municipal de Meio Ambiente esteve no local e acionou a Defesa Civil para avaliar possíveis riscos à população. Embora o licenciamento da pedreira seja de competência do Instituto Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Iema), a Prefeitura informou que solicitou providências ao órgão estadual. O Ministério Público do Espírito Santo também acompanha o caso.
O Iema, informou que a empresa possui licenciamento ambiental vigente e é monitorado regularmente. O instituto afirmou que, mesmo não tendo sido acionado no momento da ocorrência, vai apurar o caso junto à empresa.
Procurada pela reportagem, a Minerasul disse que está avaliando as causas do incidente.
