Morreu nessa quarta-feira (18) aos 81 anos o escritor e acadêmico Gabriel Augusto de Mello Bittencourt. O falecimento do escritor foi comunicado pela Academia Espírito-santense de Letras (AEL). Por meio da nota de pesar, a AEL se solidariza com os familiares e presta sua homenagem a Gabriel Augusto de Mello Bittencourt “por sua extensa e indelével contribuição para a memória cultural do estado do Espírito Santo”.
Quarto ocupante da cadeira de nº 12 da Academia Espírito-santense de Letras, que tem como patrono Gonçalo Soares da França, Gabriel Augusto de Mello Bittencourt nasceu em Cachoeiro de Itapemirim em 21 de dezembro de 1942, onde fez os primeiros estudos, complementando-os no Rio de Janeiro, no Colégio Estadual João Alfredo e no Colégio Pedro II.
Livre docente em História do Brasil por concurso público de títulos e provas e defesa de tese na Universidade Gama Filho-RJ, era diplomado em Études Approfondies-DEA, pelo IHEAL da Université de la Sorbonne Nouvelle-PARIS III, e em Altos Estudos de Política e Estratégia-CAEPE, pela Escola Superior de Guerra.
Doutor em Ciências Jurídicas e Sociais (UMSA-Buenos Aires) e mestre em Direito (UNESA), era também doutor (USP), mestre e especialista (UFF) em História do Brasil.
Professor e fundador da Escola de Ciências Jurídicas da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro-UNI/RIO, Gabriel Bittencourt atuou também como ex-professor-assistente de Política da Universidade Gama Filho, da UVV e do Departamento de História da Universidade Federal do Espírito Santo.
Prêmios
Entre as diversas premiações que obteve em sua carreira, destacam-se o 2° lugar no Concurso Rondon de Estudos Regionais (Brasília-DF) em 1975; o 1º prêmio do concurso 250 Anos do Café no Brasil, do IBC, em 1978; e o Prêmio Clio de História da Economia, da Academia Paulistana da História (SP), em 1988.
Foi agraciado com a Ordem do Mérito Domingos Martins, no Grau de Oficial, medalha do Sesquicentenário do Poder Legislativo da Assembleia Legislativa do Estado do Espírito Santo, as medalhas Vasco Fernandes Coutinho (IHGES/FINDES), Joanny Bouchardet (Visconde do Rio Branco-MG), e com o título de Huesped de Honor de la Ciudad de Nuestra Señora de La Paz, Bolívia.
Presidente de honra do Instituto Histórico e Geográfico do Espírito Santo, era sócio-correspondente (titular) do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, além de integrar as Academias Portuguesa da História, Letras e Artes (Cascais, Portugal), Real Academia de la Historia (Espanha), Nacional de la Historia (Argentina), Boliviana de La Historia (La Paz) e o Instituto Historico y Geografico del Uruguay. Em território nacional, era membro da Academia Luso-Brasileira de Letras, Academia de Letras do Estado do Rio de Janeiro-ACLERJ, Academia Brasileira de Jornalismo-ABJ; os Institutos Históricos e Geográficos do Rio de Janeiro, Minas Gerais, Paraíba e Rio Grande do Norte; Federação das Academias de Letras do Brasil (membro-delegado) e Colégio Brasileiro de Genealogia.
Autor de vinte e cinco livros (individuais e em colaboração) de estudos históricos e jurídicos, Gabriel Bittencourt construiu notável produção acadêmica e literária que nos permite compreender a formação histórica e econômica do Espírito Santo, tendo publicado centenas de trabalhos entre livros, monografias, artigos, discursos e textos de conferências.
Entre as suas publicações podemos citar títulos como “Esforço industrial na república do café” (1982); “Espírito Santo: A indústria de energia elétrica” (2ª ed. 1984); “Literatura e história – historiografia capixaba” (1984); “Espírito Santo: Alguns aspectos da Independência” (2ª ed. 1985); “Café e modernização (O Espírito Santo no século XIX)” (1987); “Notícias do Espírito Santo” (1989); “Padre José de Anchieta” (Vitória, Contexto, 2005); e “História geral e econômica do ES”(Lei Rubem Braga/PMV, 2006).
Na última década, deu continuidade a sua pesquisa sobre a história do Espírito Santo com a publicação de “Jesuítas e governantes do Espírito Santo (1551-2008). O Palácio Anchieta de Vitória”, “Recriando as trilhas de Anchieta (Os jesuítas e a obra de Anchieta no Brasil e no Espírito Santo)” e “A saga dos Bittencourt”.