Em um contexto onde a complexidade da linguagem jurídica pode afastar o cidadão comum do sistema judiciário, a advogada capixaba Maria Luiza Fontenelle lançou o +Jus, uma plataforma digital que visa descomplicar o entendimento dos processos judiciais. O sistema foi criado para traduzir o “juridiquês” — o jargão utilizado no Judiciário — em uma linguagem acessível para todos.
Descomplicando o jurídico
Maria Luiza, que também coordena o curso de pós-graduação em Direito Corporativo na FDV, percebeu a dificuldade que muitos clientes enfrentam ao lidar com seus processos. “Sempre senti o distanciamento dos clientes em relação aos processos e muita dependência para dúvidas. Quando falo em descomplicar o juridiquês, isso remete ao verdadeiro acesso à justiça”, afirmou a advogada.
O +Jus, que começou como um aplicativo em fase de testes em 2024, rapidamente conquistou oito mil usuários em apenas quatro meses. A base do sistema utiliza inteligência artificial e foi desenvolvida a partir de um banco de tradução criado pela própria Maria Luiza, que transforma termos técnicos e etapas processuais em uma linguagem cotidiana, mantendo a precisão jurídica.
Integração com órgãos públicos
A advogada planeja integrar o +Jus a órgãos públicos que oferecem assistência jurídica, argumentando que a plataforma pode beneficiar tanto os cidadãos quanto os servidores públicos. “O +Jus é uma forma de manter os assistidos bem informados, sem que a parte interessada precise se locomover para pedir atendimento. Com isso, o cidadão tem acesso a uma ferramenta digitalizada, enquanto o servidor, que já possui um grande volume de trabalho, pode contar com um serviço automatizado”, explicou.
Apoio financeiro
O sucesso do +Jus chamou a atenção do mercado, resultando em um investimento de R$300 mil do Fundo Soberano do Estado do Espírito Santo (FUNSES). Com esse aporte financeiro, Maria Luiza pretende aprimorar o sistema e expandir sua base de usuários, além de buscar parcerias com escritórios de advocacia, instituições e órgãos públicos.





