Na manhã desta quinta-feira (24), a Polícia Civil do Espírito Santo, em parceria com a Delegacia de Repressão aos Crimes Patrimoniais Eletrônicos do Departamento Estadual de Repressão aos Crimes Cibernéticos (DRCPE/Dercc) do Rio Grande do Sul, deflagrou a Operação Falso Patrono 3. A ação teve como objetivo desarticular uma célula de um grupo criminoso especializado em estelionatos e falsificação de documentos, que estava utilizando o golpe conhecido como “falso advogado”.
Durante a operação, foram cumpridos quatro mandados de busca e apreensão e um mandado de prisão preventiva em Vila Velha, resultando na prisão de um homem. Documentos e aparelhos celulares foram apreendidos e serão analisados para comprovar a autoria dos crimes. Aproximadamente 30 policiais civis dos dois estados participaram da ação.
A investigação
A investigação teve início em 2024, após um aumento significativo de registros de advogados gaúchos que relataram o uso indevido de seus dados e de seus escritórios em contratos fraudulentos com clientes. Diversos inquéritos policiais foram instaurados e buscas foram realizadas para identificar os responsáveis pelos crimes.
Utilizando ferramentas tecnológicas de investigação, a Polícia Civil conseguiu identificar vários indivíduos envolvidos, levando à realização de duas fases anteriores da Operação Falso Patrono em cinco estados, resultando na prisão de nove pessoas e no cumprimento de mais de 50 ordens judiciais.
Os criminosos tinham acesso a dados sigilosos de processos, vítimas e advogados, e contavam com um homem de 29 anos, natural de Vitória/ES e residente em Vila Velha, que criava e vendia logins de advogados para acesso a sistemas processuais como PJe, ESAJ, Projudi e eproc. Esse acesso possibilitava a obtenção de declarações, autorizações, procurações e processos completos.
O Delegado João Vitor Herédia, titular da DRCPE/Dercc, explicou que o investigado também era responsável por uma gráfica clandestina que fabricava documentos falsos e criava fraudes digitais:
“Ele tinha uma atuação ampla, sendo responsável não apenas pelo golpe do ‘falso advogado’, mas também por falsificações que possibilitaram fraudes em outras operações”, destacou.
A investigação revelou que o suspeito tinha uma companheira que também participava das fraudes. O casal já havia sido preso em 2022 em uma gráfica clandestina em Vila Velha, onde foram apreendidos documentos falsificados, carimbos oficiais e maquinário para falsificações. Além disso, a companheira era foragida da Justiça de São Paulo por tráfico de drogas.
Relembre o caso acessando a matéria abaixo: