A reação negativa dos agentes financeiros às declarações de Lula se intensifica

As recentes declarações do presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), causaram profunda reação negativa dos agentes financeiros, provada, sobretudo, pela indefinição do titular no comando da política econômica. Apesar dessa reação, Lula afirmou que somente tratará de nomes de seu ministério, inclusive os responsáveis pela política econômica, depois do retorno de sua viagem para participar da COP27, Conferência do Clima que acontece no Egito.

Ao minimizar a importância da responsabilidade fiscal em palestra a parlamentares de seu espectro ideológico e a integrantes da equipe de transição de Governo, durante sua estadia no Centro Cultural Banco do Brasil – CCBB, em Brasília, o presidente eleito aumentou mais ainda a desconfiança, com a possibilidade da indicação de Guido Mantega, Aloízio Mercadante e Fernando Haddad para integrar a equipe econômica.

Os agentes econômicos preocupam-se com a forma relaxada que o novo governo trata a questão fiscal, já que, logo após as declarações de Lula, o Tesouro Nacional foi obrigado a interromper as negociações com Títulos Públicos, desvalorizada a Bolsa de Valores e promovido alta expressiva do valor do Dólar.

Em sentido contrário, a presidente do PT, Gleisi Hoffmann, afirmou: “Eu não sei o que o presidente Lula falou que pudesse causar uma variação tão grande no sentimento do mercado”. Apesar da declaração minimizando o fato, e desconsiderando a atuação de vários “bombeiros”, a verdade e que o sentimento de insegurança atingiu o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, que se pronunciou defendendo a preocupação com o fiscal aliada ao social.

Provavelmente, com a visita do presidente eleito ao Egito e a prevalência de uma agenda ambiental, por força da COP27, as preocupações dos agentes econômicos sejam diluídas, porém, pelo que já se pode perceber não serão facilmente esquecidas.