Sobe para 14 o número de internados por surto em Hospital

Casos foram registrados também no interior do Estado; governo do Espírito Santo mantém alerta máximo enquanto investigação busca causa ambiental

Por ES360
Foto: Freepik

O número de pessoas internadas em decorrência do surto intrahospitalar de origem desconhecida no Hospital Santa Rita de Cássia, em Vitória, subiu para 14, segundo o boletim divulgado pela Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) nesta segunda-feira (27). Destas, quatro estão em Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e dez em enfermarias. Os pacientes estão distribuídos não apenas na Grande Vitória, mas também em municípios do interior do Espírito Santo, como Colatina e Guarapari, o que reforça o nível de atenção das autoridades de saúde.

De acordo com a Sesa, sete dos internados são profissionais do hospital e outros sete são acompanhantes de pacientes que circularam pela ala E, setor de internação oncológica considerado o epicentro do surto. No total, o estado registra 34 notificações em investigação. A secretaria mantém o Espírito Santo em alerta máximo e segue com análises laboratoriais para tentar identificar o agente infeccioso, ainda sem causa determinada.

Investigações em andamento

As autoridades reforçaram que o surto segue sendo tratado como um caso de etiologia desconhecida, ou seja, ainda não há definição sobre o agente causador. Amostras de água, superfícies, mobiliário e do sistema de ar-condicionado estão sendo analisadas no Laboratório Central de Saúde Pública (Lacen/ES) e na Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).

O secretário de Estado da Saúde, Tyago Hoffmann, explicou que os exames utilizam tecnologia de ponta capaz de detectar até 300 tipos diferentes de patógenos, entre vírus, fungos e bactérias.

“Já descartamos vírus respiratórios comuns, como coronavírus e influenza. Agora trabalhamos com a hipótese de causas ambientais e aguardamos o resultado da análise metagenômica, que deve ser concluída até o fim da semana”, afirmou.

O subsecretário de Vigilância em Saúde, Orlei Cardoso, destacou que o estado está mobilizado. “O Espírito Santo está em alerta máximo. Montamos um centro de informações dentro do hospital, com técnicos da Sesa, do Ministério da Saúde e da própria unidade, para acompanhar o caso de perto.”

Ala interditada e serviços mantidos

A ala E, onde o surto teve início, permanece interditada e praticamente vazia, e um dos três centros cirúrgicos do Santa Rita foi fechado preventivamente por estar próximo à área de internação.

“Como não há casos de transmissão de pessoa para pessoa, foi feita a higienização completa, com coleta de amostras ambientais e limpeza seguindo protocolos da CCIH”, disse Cardoso.

Os demais serviços do hospital — cirurgias, exames e tratamentos oncológicos ambulatoriais — continuam funcionando normalmente. A coordenadora de Controle de Infecção Hospitalar, Carolina Salume, reforçou que não há risco para pacientes ou visitantes.

“As contaminações não ocorreram de pessoa para pessoa. O problema ficou restrito à ala de internação onde o surto foi identificado. Não há necessidade de uso de máscaras no hospital nem nas imediações.”

Casos no interior e acompanhamento

O boletim da Sesa mostra que os pacientes estão internados em Vitória, Vila Velha, Serra, Cariacica, Colatina e Guarapari. A capital concentra a maior parte dos casos, com sete internados, enquanto a Serra tem dois em UTI. Os demais estão distribuídos entre hospitais públicos e privados do Estado.

A Sesa ressaltou que todos os notificados estão sendo monitorados e que, conforme previsto na Nota Técnica Conjunta nº 01 SESA/SSVS/GEVS, casos suspeitos podem ser descartados após análise laboratorial detalhada.

Internações surto no Hospital Santa Rita

Falsas informações circulam nas redes

Com o aumento da repercussão, a Sesa voltou a alertar sobre fake news. Mensagens que circulam nas redes sociais sugerindo a necessidade de uso de máscaras na região do hospital são falsas. “Não há risco para a população nem recomendação para o uso de máscaras em locais públicos próximos ao Santa Rita”, esclareceu o secretário Tyago Hoffmann.

Também é falsa a informação de que a bactéria Legionella spp. teria sido identificada como causa do surto. “A Legionella foi testada, mas os resultados deram negativos em oito amostras. Ela foi apenas uma das hipóteses iniciais, já descartada”, reforçou a infectologista Carolina Salume.

Monitoramento diário

A Sesa mantém a publicação de um boletim diário, sempre às 17h, com atualização dos casos e das ações de investigação. A secretaria pede que a população acompanhe apenas os canais oficiais para evitar a disseminação de desinformação.

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