A Secretaria da Saúde do Espírito Santo (Sesa) negou, nesta segunda-feira (27), informações que circulam nas redes sociais sobre uma suposta recomendação de uso de máscaras em ônibus que passam nas proximidades do Hospital Santa Rita de Cássia, em Vitória — onde 33 funcionários e 12 acompanhantes foram infectados por uma doença ainda desconhecida.
Segundo a pasta, não há risco para a população em geral, nem qualquer orientação para adoção de medidas adicionais de proteção fora da unidade.“Circulam nas redes sociais informações falsas sobre a necessidade de uso de máscaras em ônibus que passam pelas imediações do Hospital Santa Rita, o que não procede”, esclareceu o secretário estadual de Saúde.
A Sesa também desmentiu mensagens que associavam o surto à bactéria Legionella spp.“Ainda não há confirmação sobre o agente causador do surto”, reforçou a infectologista Carolina Salume, que atua na coordenação do controle de infecção hospitalar.
Investigação em andamento
O Laboratório Central de Saúde Pública (Lacen/ES) e a Fiocruz estão testando mais de 300 possíveis agentes, entre bactérias, fungos e outros microrganismos, para identificar a causa da infecção. Doenças como Covid-19, Influenza A e B e outros vírus respiratórios comuns já foram descartados.
Os investigadores trabalham com a hipótese de origem ambiental, com atenção especial à água utilizada e ao sistema de ar-condicionado da unidade.
Enquanto as análises seguem, um dos três centros cirúrgicos do Hospital Santa Rita permanece interditado, e os outros dois continuam funcionando normalmente por estarem afastados da área onde surgiram os primeiros casos.
Situação dos pacientes
Até o momento, 33 funcionários foram diagnosticados com a infecção. Desses, seis seguem internados, sendo três em Unidade de Terapia Intensiva (UTI) — dois com melhora e um em estado grave, mas estável. Outros 12 acompanhantes de pacientes que estiveram na unidade também apresentaram sintomas e estão internados em hospitais diferentes do Estado.
Os sintomas começaram a aparecer no dia 13 de outubro, inicialmente confundidos com virose ou gripe. Quatro dias depois, surgiram dores torácicas entre profissionais da equipe, e em 19 de outubro o quadro foi identificado como um surto atípico.
Segundo a Sesa, não há registro de transmissão entre pessoas, já que todos os infectados tiveram contato com o mesmo setor do hospital. “Acreditamos que seja algo conhecido que ainda não foi determinado”, afirmou Carolina Salume.
Ministério da Saúde
O Ministério da Saúde enviou técnicos a Vitória para acompanhar as investigações — medida padrão em casos de suspeita de infecção hospitalar. O objetivo é ajudar a identificar a origem do agente que afetou profissionais e acompanhantes.
A Secretaria da Saúde informou que divulgará boletins diários com atualizações sobre o caso e eventuais novos registros.






