Sete pinguins-de-Magalhães encontrados em praias do Espírito Santo após encalhes receberam transmissores via satélite e, a partir de agora, poderão ser acompanhados em tempo quase real durante o retorno ao mar. A soltura está programada para esta semana, sob supervisão do Instituto de Pesquisa e Reabilitação de Animais Marinhos (IPRAM).
De acordo com Luís Mayorga, médico veterinário e diretor-presidente do IPRAM, o equipamento é fixado nas penas dos animais sem causar incômodo. “O dispositivo sequer toca a pele dos pinguins. Ele possibilita que os pesquisadores acompanhem os deslocamentos em mar aberto e compreendam melhor os padrões de dispersão da espécie em águas brasileiras”, explica.
Os transmissores, desenvolvidos na Nova Zelândia, são instalados no dorso dos animais com fita e cola especiais, resistentes à água. Com o tempo, o material se desprende naturalmente ou durante a muda de penas. Além disso, todos os pinguins receberam nanochips subcutâneos, seguindo protocolos da Rede Brasileira de Atendimento a Encalhes e Informação de Pinguins (REPIN), vinculada ao ICMBio/Cemave, o que garante identificação rápida em caso de novos encalhes.
A ação faz parte do Projeto de Monitoramento de Pinguins por Telemetria Satelital, vinculado a um processo de licenciamento ambiental conduzido pelo IBAMA e executado pela Perenco, BMP Ambiental e pelo Laboratório de Aves Aquáticas e Tartarugas Marinhas da Universidade Federal do Rio Grande (FURG).
Visitantes sazonais do litoral brasileiro, os pinguins-de-Magalhães encalham com frequência durante a migração. O trabalho de reabilitação aliado ao monitoramento científico contribui para a recuperação dos animais e amplia o conhecimento sobre comportamento e impactos ambientais que a espécie enfrenta.
A população também pode colaborar: ao encontrar animais marinhos encalhados, vivos ou mortos, no Espírito Santo, é possível acionar o Programa de Monitoramento de Praias (PMP) pelo telefone 0800 991 4800.