Técnica de enfermagem é demitida após bebê sofrer queimadura

Secretaria de Saúde concluiu que profissional agiu fora dos protocolos ao aquecer algodão e aplicar no pé do recém-nascido

Por Redação
Foto: Reprodução/Redes Sociais

A técnica de enfermagem envolvida no caso da queimadura sofrida pelo bebê José Peisino, logo após o nascimento, foi demitida do Hospital Estadual Dr. Jayme Santos Neves (HJSN), na Serra. A informação foi confirmada pela Secretaria de Estado da Saúde (Sesa), após a conclusão de uma auditoria interna que durou 28 dias.

De acordo com o secretário de Estado da Saúde, Tyago Hoffmann, o acidente foi causado por um erro individual da profissional, que já estava afastada das funções desde o início das investigações. O nome da técnica não foi divulgado.

“Constatamos que não houve qualquer falha do hospital, de protocolo, de treinamento ou de equipamentos. O que ocorreu foi um erro individual de uma profissional que adotou um procedimento completamente fora dos protocolos estabelecidos, tanto pelo hospital quanto pela medicina de forma geral. Essa conduta resultou na queimadura no pé da criança”, explicou Hoffmann em entrevista.

Segundo o secretário, as apurações descartaram qualquer intenção da técnica de enfermagem em causar o ferimento, caracterizando o caso como uma falha pontual.

“Infelizmente, ela tomou uma decisão equivocada. Não houve dolo. Ela não quis queimar o pé da criança, mas a decisão errada provocou o acidente e resultou em uma queimadura grave”, completou.

Procedimento fora do protocolo

Ainda segundo Tyago Hoffmann, a técnica aqueceu um algodão em uma resistência do berço aquecido e aplicou diretamente nos pés do recém-nascido. A conduta não faz parte de nenhum protocolo adotado por maternidades.

“Provavelmente, ao aquecer o algodão, foi gerada uma fagulha que, ao entrar em contato com a roupa de lã da criança, causou a chama que provocou a queimadura. Isso não é um procedimento adotado em nenhuma unidade. No prontuário, a própria profissional relata que foi uma decisão tomada por conta própria. Não temos registro de outro caso parecido”, afirmou.

A técnica de enfermagem havia sido contratada há cerca de quatro meses e atuava em seu primeiro posto em um hospital de grande porte. A Sesa informou que todos os profissionais contratados passam por treinamentos rigorosos e atuam sob supervisão direta do responsável por cada setor.

O relatório da auditoria será encaminhado ao Ministério Público do Espírito Santo e ao Conselho Regional de Enfermagem (Coren-ES), que devem avaliar eventuais sanções adicionais à profissional.

Relembre o caso

José Peisino nasceu no dia 19 de agosto, no Hospital Jayme Santos Neves. Logo após o parto, foi diagnosticado com hipotermia e colocado em um berço aquecido.

De acordo com relato da família, a técnica de enfermagem aqueceu um pedaço de algodão e o colocou dentro da meia do bebê, antes de vesti-lo novamente com o macacão. O choro intenso da criança começou imediatamente após o procedimento. A queimadura foi percebida pela avó do recém-nascido.

Ele foi foi transferido para a UTI neonatal da mesma unidade. Em seguida, foi encaminhado ao Hospital Infantil de Vitória, referência no tratamento de queimaduras em crianças, onde passou por procedimentos de remoção de tecido e enxerto de pele.

Após receber alta, a mãe da criança, Sara Peisino, publicou um vídeo nas redes sociais comemorando a recuperação e o retorno do filho para casa.

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