A demissão em massa de mais de mil funcionários do banco Itaú trouxe à tona o uso de softwares de monitoramento no home office. Entre as ferramentas mais conhecidas estão o XOne e a Teramind, que permitem acompanhar em tempo real as atividades dos colaboradores e identificar comportamentos que podem ser considerados fora das políticas da empresa.
O XOne possibilita visualizar quais programas e sites estão sendo acessados, por quanto tempo e quem mais os utiliza. A plataforma exibe rankings de produtividade e relatórios de aderência à jornada de trabalho, permitindo que empresas identifiquem horários de inatividade ou o uso de abas anônimas.
Além disso, oferece alertas automáticos quando o funcionário acessa sites proibidos ou envia informações sensíveis. A Arctica, empresa responsável pelo software, afirma que não captura comunicações privadas, mas monitora comportamentos para proteger dados corporativos.
De acordo com o jornal Folha de S.Paulo e outros veículos de imprensa, o software do XOne era utilizado pelo Itaú, mas não houve nenhuma confirmação por parte dos envolvidos. Após a polêmica do Itaú, o XOne removeu o acesso à plataforma de demonstração para futuros usuários.
Já a Teramind oferece funcionalidades mais amplas e detalhadas. Através da plataforma, é possível acompanhar atividades em tempo real, controlar remotamente o computador do funcionário, monitorar histórico de sites e aplicativos, além de interações com mídias sociais corporativas.
O sistema também identifica ações não autorizadas e registra eventos em vídeo para auditoria. Os relatórios gerados incluem ranking de usuários mais ativos, tempo gasto em cada programa e alertas sobre possíveis comportamentos de risco. Segundo a empresa, o foco não é produtividade, mas segurança da informação.
Caso Itaú
No Itaú, o monitoramento considerou uso de mouse e teclado, chamadas de vídeo, envio de mensagens, execução de cursos online e atividades no pacote Office. O banco esclareceu que não houve captura de áudio, vídeo ou telas, em conformidade com a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD).
Logo após sair a notícia da demissão em massa, funcionários relataram sentir pressão pelo acompanhamento constante, chegando a levar o computador até para beber água, por medo de serem considerados inativos.