A greve dos controladores de voo deve ocorrer nos dias 24, 26 e 30 de setembro e 2 de outubro. A paralisação foi confirmada após audiência de conciliação no Tribunal Superior do Trabalho (TST), realizada na terça-feira (15), com a presença da NAV Brasil, do Ministério Público do Trabalho (MPT) e do ministro Maurício Godinho.
O movimento prevê interrupções parciais em dois turnos: das 11h às 12h e das 15h às 16h. O Sindicato Nacional dos Trabalhadores na Proteção ao Voo (SNTPV) afirma que manterá a mobilização até que a empresa apresente soluções concretas às demandas.
Principais reivindicações
A categoria reivindica o cumprimento do acordo coletivo firmado em 2023, a criação de um Plano de Cargos e Salários (PCS) e melhores condições no plano de saúde. Além disso, os controladores denunciam defasagem salarial, infraestrutura inadequada e falta de pessoal.
Segundo o sindicato, “a categoria está cansada das promessas vazias da empresa” e exige que os compromissos assumidos em 2023 sejam cumpridos. O SNTPV informou que seguirá atualizando a base sobre cada avanço nas negociações.
Serviços essenciais em discussão
Na audiência com o TST também foram tratados temas como a manutenção dos serviços essenciais. Entre eles estão o transporte de órgãos para transplantes, as operações das forças militares e missões de bombeiros e policiais.
Durante a greve, a suspensão parcial deve atingir serviços como o recebimento de planos de voo, a emissão de mensagens meteorológicas e a manutenção de equipamentos de auxílio à navegação aérea.
O que faz um controlador de voo?
Os controladores de voo são responsáveis por organizar o tráfego aéreo, garantindo segurança nas decolagens, pousos e rotas. A atividade envolve orientar pilotos em tempo real, autorizar manobras e evitar colisões, além de acompanhar as condições meteorológicas. Por desempenharem uma função central para a aviação civil e militar, sua paralisação pode gerar atrasos e impactos diretos na malha aérea.
Apoio da categoria
A Confederação Nacional dos Trabalhadores em Transportes Aquaviário e Aéreo, na Pesca e nos Portos (Conttmaf) declarou apoio à decisão. Para a entidade, trata-se de um direito legítimo e constitucional diante da “insensibilidade do empregador”.
“Consideramos justas as demandas da categoria por valorização dos salários e melhoria nas condições oferecidas pela NAV Brasil”, destacou a confederação.
Impacto nos aeroportos
A concessionária Zurich Airport Brasil, responsável pela gestão do Aeroporto de Vitória, foi procurada, mas não informou se há planos para contornar possíveis reflexos nos voos programados para os dias de paralisação. Também não respondeu sobre eventuais impactos nas operações que chegam ou partem do Espírito Santo.