Um bebê recém-nascido sofreu queimaduras no pé dentro de uma incubadora no Hospital Jayme Santos Neves, na Serra. Segundo relato da mãe, divulgado nas redes sociais, o caso ocorreu poucos dias após o parto.
De acordo com a mulher, ela deu entrada no hospital em 18 de agosto para indução do parto devido a uma gravidez de risco, causada por pressão alta não controlada por medicamentos. O bebê, chamado José, nasceu no dia 19 de agosto, saudável e sem complicações.
Segundo ela, poucas horas após o nascimento, José foi colocado em um berço aquecido porque sua temperatura corporal estava em 36,2°C, levemente abaixo do ideal de 36,5°C. A mãe relatou que sua própria mãe acompanhava o bebê nesse momento.
Como aconteceu?
O incidente teria acontecido quando uma enfermeira teria aquecido um algodão na lâmina de uma brasa e colocado dentro da meia do bebê, vestindo novamente o macacão. O bebê começou a chorar imediatamente. Segundo o relato, a equipe tentou acalmá-lo colocando o dedo na boca da criança, foi quando surgiu um forte cheiro de queimado.
A avó do bebê percebeu a situação e retirou o macacão e a meia, foi quando ela viu que o bebê sofreu queimaduras graves.
Cirurgia
Atualmente, José está internado na UTIN do Hospital Infantil, onde passará por uma cirurgia nesta sexta-feira (22) para avaliação da profundidade da queimadura e definição do tratamento. A mãe relatou que, desde o incidente, não consegue descansar, está longe do filho e enfrenta dificuldades para amamentação exclusiva.
Na mensagem nas redes sociais a mãe afirmou: “Meu filho nasceu bem e horas depois prejudicaram nossas vidas de uma forma terrível. É um descaso que nunca será esquecido. Não sei quando vou poder levar meu neném para casa.”
O caso está sob acompanhamento médico, e a família ainda não tem previsão de alta para o bebê.
O que diz o hospital e o Coren-ES?
Em nota divulgada à imprensa, o hospital disse que “se solidariza com a família e informa que já instaurou processo interno para apuração rigorosa dos fatos”.
O Conselho Regional de Enfermagem do Espírito Santo (Coren-ES) disse, também por nota, que ainda não recebeu denúncia formal sobre o caso. Porém, diante da repercussão e da gravidade dos fatos relatados, o Conselho já iniciou os procedimentos internos para acompanhar a situação, “podendo adotar as medidas necessárias para apuração ética e técnica da atuação dos profissionais de Enfermagem envolvidos”.
“Caso sejam comprovadas irregularidades na assistência, será instaurado o procedimento administrativo competente para apuração das responsabilidades. Esclarecemos que o papel do Coren-ES é zelar pelo exercício ético e legal da profissão da Enfermagem, garantindo condições seguras de trabalho aos profissionais e uma assistência de qualidade à população. Denúncias podem ser registradas a qualquer momento no canal de Ouvidoria do Coren-ES, disponível 24 horas no site www.coren-es.org.br”.