Adotar uma dieta equilibrada e praticar atividade física regularmente são passos fundamentais para manter a saúde em dia. Mas, quando o assunto é colesterol, nem sempre hábitos saudáveis garantem que os níveis fiquem dentro do ideal.
Especialistas explicam que, mesmo cortando frituras, embutidos e fast food do cardápio, algumas pessoas se deparam com o diagnóstico de colesterol alto. O motivo? Fatores internos, como genética e doenças pré-existentes, também influenciam — e muito — nos resultados.
O cardiologista Augusto Neno, da MedSênior, lembra que apenas cerca de 30% do colesterol no corpo vem da alimentação. Os outros 70% são produzidos pelo fígado. “Mesmo quem cuida bem da alimentação pode apresentar alterações por causas genéticas, hormonais ou por um estilo de vida que prejudica o fígado, como o consumo frequente de bebidas alcoólicas”, afirma.
Entre as causas mais comuns está a hipercolesterolemia familiar, condição hereditária que dificulta a metabolização do colesterol. Nessas situações, o organismo produz mais LDL — o chamado “colesterol ruim” — e tem mais dificuldade para eliminá-lo, aumentando o risco de acúmulo nas artérias.
Mas a genética não é a única vilã. Sedentarismo, excesso de peso, uso contínuo de certos medicamentos (como corticoides e alguns anticoncepcionais) e doenças como hipotireoidismo e diabetes mal controlada também podem elevar as taxas. O próprio envelhecimento, que afeta o metabolismo das gorduras, é outro fator de risco.
Neno reforça que manter o colesterol sob controle exige mais que disciplina à mesa: envolve acompanhamento médico, exames regulares, exercícios físicos e, em alguns casos, o uso de medicamentos. “Mesmo quem mantém hábitos saudáveis deve ficar atento. Só com acompanhamento médico é possível entender as causas e definir a melhor estratégia de controle”, destaca.
O que é o colesterol e por que ele importa
O colesterol é uma gordura essencial para o funcionamento do corpo, participando da formação das membranas celulares e da produção de hormônios e vitaminas. Ele circula no sangue ligado a proteínas, formando lipoproteínas.
O LDL (colesterol “ruim”), quando em excesso, se acumula nas paredes das artérias e dificulta a circulação. Já o HDL (colesterol “bom”) ajuda a remover esse excesso do sangue. O desequilíbrio entre os dois aumenta o risco de doenças cardiovasculares graves, como infarto e AVC.





