PC conclui que bebê morreu por erro em manobra improvisada 

Mãe e padrasto da criança foram libertados após a conclusão do inquérito, que descartou homicídio e indicou falha em procedimento de ressuscitação

Por Redação
Foto: Sim Notícias

A Polícia Civil concluiu o inquérito sobre a morte da bebê Ágatha Ester Santos Barbosa, de 1 ano e 6 meses, que faleceu no dia 10 de maio deste ano. Na ocasião, a criança foi levada sem vida à Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Riviera da Barra, em Vila Velha, pelo namorado de sua mãe, José Wilson Guimarães Júnior, de 38 anos.

A mãe da bebê, Paula Nazarett dos Santos Barbosa, de 31 anos, estava trabalhando no momento do ocorrido e havia deixado a filha sob os cuidados de José. O padrasto informou aos médicos da UPA que Ágatha havia se engasgado e que ele tentou salvá-la.

Tanto a mãe quanto o padrasto foram presos em flagrante, sob suspeita de homicídio qualificado. No entanto, após 17 dias de detenção, a Polícia Civil determinou a revogação da prisão, alegando falta de indícios suficientes de crime para justificar a permanência dos dois detidos.

Investigação

Ao ser levada à UPA, a criança já estava sem vida. Médicos identificaram lesões no corpo de Ágatha, e tanto o profissional da UPA quanto o legista do Instituto Médico Legal (IML) concluíram que as marcas eram compatíveis com agressões físicas.

No entanto, à medida que as investigações avançaram, a polícia descobriu que as lesões haviam sido causadas por manobras de ressuscitação cardiorrespiratória realizadas de forma inadequada. Na tentativa de salvar a criança, o padrasto agiu sem formação técnica em um momento de desespero.

De acordo com a polícia, testemunhas, incluindo familiares, amigos e crianças que conviviam com o casal, foram ouvidas durante a investigação. A análise dos celulares de Paula e José, bem como a troca de mensagens no dia do ocorrido, também foi levada em consideração.

Segundo a delegada Raffaella Aguiar, chefe da Divisão Especializada de Homicídios e Proteção à Mulher (DHPM), as lesões encontradas no corpo de Ágatha foram causadas por uma manobra de ressuscitação mal executada.

“Ela tinha lesões torácicas e tinha uma ruptura do pâncreas. Quando a gente fala de um bebê, a manobra de ressuscitação cardiopulmonar deve ser feita com os dedos. No interrogatório, ele demonstrou que tentou fazer com as mãos. Ele fez errado, mas ele não era técnico, ele era uma pessoa leiga”, explicou a delegada.

Após as conclusões da investigação, a Polícia Civil decidiu pela soltura de Paula e José. O inquérito segue agora para o Ministério Público, que decidirá se o caso será arquivado ou se haverá outros desdobramentos.

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