Ciclistas que dividem espaço com pedestres na Ponte Florentino Avidos, mais conhecida como Cinco Pontes, podem, em breve, contar com uma ciclovia exclusiva para garantir mais segurança na travessia entre Vitória e Vila Velha. O projeto está sendo estudado pelo Departamento de Edificações e de Rodovias do Espírito Santo (DER-ES).
Em resposta ao portal ES360, o DER informou que o projeto ainda se encontra em fase inicial. “O DER-ES está desenvolvendo um projeto para melhorar ainda mais a mobilidade da Cinco Pontes. Ainda não há esboço ou desenho, apenas medição e cálculos”, comunicou o órgão.
A proposta de criação de uma ciclovia no local ganha força após a inauguração da Ciclovia da Vida, instalada na Terceira Ponte em agosto de 2023. O modelo inspirou debates sobre a mobilidade cicloviária na Região Metropolitana. No entanto, intervenções mais robustas na Ponte Florentino Avidos enfrentam um entrave: a estrutura é tombada pelo patrimônio histórico, o que limita modificações físicas e exige pareceres técnicos rigorosos para qualquer alteração.
Atualmente, pedestres e ciclistas compartilham uma passarela lateral estreita, com cerca de 1,5 metro de largura em cada lado da ponte, o que gera disputas de espaço e riscos à segurança, principalmente nos horários de maior movimento. Não há separação física entre quem caminha e quem pedala, o que intensifica a necessidade de uma solução técnica que atenda à preservação do patrimônio sem comprometer a mobilidade urbana.
A história da Cinco Pontes
Inaugurada em 1928, a Ponte Florentino Avidos foi a primeira ligação entre a ilha de Vitória e o continente. A estrutura chegou desmontada ao Espírito Santo, trazida por navios, e foi remontada na capital. Os cinco arcos metálicos que compõem a ponte deram origem ao nome popular “Cinco Pontes”.
Durante décadas, a ponte foi essencial para o desenvolvimento da Grande Vitória. Inicialmente, possuía uma linha férrea utilizada pelo trem que ligava Argolas, em Vila Velha, ao Porto de Vitória. Também permitia a passagem de automóveis, carroças, pedestres e ciclistas — cenário que, de certa forma, se mantém até hoje, apesar do crescimento urbano e das transformações no sistema viário. Hoje, além de cartão-postal, a ponte ainda cumpre papel estratégico no deslocamento entre as duas cidades, sendo usada por pedestres, ciclistas e motoristas.