Oito pessoas já morreram por complicações da gripe no Espírito Santo em 2025. De acordo com a Secretaria da Saúde do Espírito Santo (Sesa), seis das vítimas tinham mais de 60 anos e duas estavam na faixa etária entre 18 e 59 anos.
Os números acendem um alerta, já que o estado capixaba está entre locais “de risco ou de alto risco para a incidência de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG)”, segundo a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).
De acordo com o boletim divulgado pela instituição, além do Espírito Santo, os estados com as maiores incidências de SRAG são Acre, Bahia, Distrito Federal, Maranhão, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Pará, Rio Grande do Norte, Rio de Janeiro, Santa Catarina, Sergipe e São Paulo.
Em todo o país, houve o aumento das hospitalizações por influenza A, que é o vírus da gripe. Especialistas apontam que a tendência é de crescimento dos casos no Espírito Santo.
A pneumologista e especialista em Medicina do Sono, Jessica Polese, reforça que esse cenário está diretamente ligado ao período de temperaturas mais amenas e aumento da umidade. “Percebemos o aumento dos casos de infecções respiratórias. Muitos pacientes estão se queixando de febre, coriza, dor de garganta, tosse, dor de cabeça, dores musculares e uma sensação de mal-estar geral”, explica.
A médica destaca ainda que o vírus da gripe tem deixado muitos pacientes debilitados, alguns inclusive acamados. Diante disso, ela alerta para os cuidados com a prevenção: “É essencial manter a higiene das mãos, evitar aglomerações em ambientes fechados e mal ventilados, e usar máscara caso apresente sintomas gripais. Além disso, dormir bem e manter uma alimentação equilibrada são medidas que ajudam a fortalecer a imunidade”, orienta.
Vacinação tem baixa procura no estado
Apesar dos alertas e do avanço da gripe no estado, a vacinação contra a Influenza ainda está longe de alcançar a meta. Iniciada oficialmente no último dia 7 de abril, a estratégia de imunização contra a gripe tem registrado no Espírito Santo uma baixa procura. Segundo a Secretaria de Saúde (Sesa), até a última quinta-feira (24) foram aplicadas 263.196 doses, alcançando uma cobertura total de 17,57% dos grupos que possuem meta.
A vacina contra a Influenza, que era ofertada em estratégia de campanha, passou, a partir deste ano, a ser incorporada ao Calendário Nacional de vacinação e deve ser administrada na rotina de crianças a partir de 6 meses a menores de 6 anos (5 anos, 11 meses e 29 dias), idosos com 60 anos ou mais e gestantes.
Estes são os grupos que possuem meta preconizada de 90% de cobertura vacinal. Além disso, ela também deve ser administrada em determinados públicos-alvo seguindo a estratégia especial. A procura pelas doses da gripe, entretanto, encontra-se baixa para ambas estratégias de vacinação. Das doses 263.196 aplicadas, 187.717 foram na rotina, no total de 1.068.465 pessoas aptas a receber as doses.
No grupo especial, foram 75.479 doses aplicadas, numa população de 649.658 pessoas. Fazem parte do grupo especial os públicos de Trabalhadores da Saúde; Puérperas; Professores dos ensinos básico e superior; Povos indígenas; Pessoas em situação de rua; Profissionais das forças de segurança e de salvamento; Profissionais das Forças Armadas; Pessoas com doenças crônicas não transmissíveis e outras condições clínicas especiais (independentemente da idade); Pessoas com deficiência permanente; Caminhoneiros; Trabalhadores do transporte rodoviário coletivo (urbano e de longo curso); Trabalhadores portuários; Trabalhadores dos Correios; Funcionários do sistema de privação de liberdade; e População privada de liberdade, além de adolescentes e jovens sob medidas socioeducativas (entre 12 e 21 anos).
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* Com informações da Agência Brasil, Portal ES360 e TV SIM/SBT