Hoje, 2 de fevereiro, é celebrado o Dia de Iemanjá. A data que homenageia a “Rainha do Mar” é marcada por oferendas de flores, perfumes e outros presentes lançados ao mar em cerimônias que unem fé e cultura pelo país, em vários estados. A festa tradicional acontece em várias praias do litoral capixaba.
Em Vitória, entre a tarde e noite, concentra-se em Camburi, no Piér de Iemanjá, e na areia desta praia onde vários templos de religião de matriz africana, como acontece todos os anos, realizam suas cerimônias especiais com participação dos devotos e do público em geral. Na Serra, um ponto de encontro é no balneário de Jacaraípe, na Praça Encontro das Águas.
Em face da celebração, uma iniciativa dos Direitos Humanos Todo Dia – Projeto da Procuradoria Federal dos Direitos do Cidadão (PFDC), do Ministério Público Federal, traz informações sobre essa importante figura das religiões de matriz africana. Conhecida como Rainha do Mar, Iemanjá é um orixá, uma divindade que ocupa lugar de destaque no candomblé, umbanda e outras religiões afro-brasileiras.
Direitos Humanos Todo Dia
Da PFDC do Ministério Público Federal – Você sabia que o dia 2 de fevereiro é o dia de Iemanjá no Brasil? E que, ao ser laico, cabe ao Estado brasileiro assegurar a todos o pleno exercício da liberdade religiosa? Além disso, diversas convenções, como a Convenção Americana de Direitos Humanos (Pacto de São José da Costa Rica) e a Convenção 169 da Organização Internacional do Trabalho (OIT), instam o Estado brasileiro a adotar medidas efetivas para proteger minorias étnico-religiosas. Saiba mais em https://bit.ly/40miApx
A iniciativa Direitos Humanos Todo Dia traz informações sobre essa importante figura das religiões de matriz africana. Conhecida como Rainha do Mar, Iemanjá é um orixá, uma divindade.
Seu culto surgiu entre o povo Egbá, nação Iorubá da Nigéria, e chegou ao Brasil por meio dos negros escravizados no período colonial. Seu nome vem do iorubá Yèyé omo ejá que significa mãe cujos filhos são peixes.
Iemanjá ocupa lugar de destaque no candomblé, umbanda e outras religiões afro-brasileiras. Em sua origem africana uma divindade dos rios, tornou-se no Brasil orixá das águas doces e salgadas. Ela protege os lares, as gestantes e as crianças, sendo invocada nos partos.
Na década de 1920, pescadores baianos, buscando pesca mais farta, fizeram oferendas a Iemanjá em uma festa, realizada em 2 de fevereiro e adotada pelo candomblé e outras religiões afro. Na umbanda, a celebração é em 8 de dezembro. Para muita gente, o louvor é em 31 de dezembro.
Nas festas de Iemanjá, realizadas principalmente no litoral e em localidades portuárias de norte a sul do Brasil, ocorrem procissões aquáticas, oferendas à beira d´água e as pessoas vestidas de branco se curvam em reverência àquela que é considerada mãe dos orixás.
No sincretismo religioso brasileiro, Iemanjá é identificada no catolicismo com a Virgem Maria, sendo conhecida como Nossa Senhora dos Navegantes (também celebrada em 2 de fevereiro), Nossa Senhora da Conceição e outras denominações.
O Brasil é um estado laico, onde a liberdade de crença religiosa é garantida constitucionalmente. É dever do Estado proteger a todos os locais de culto e suas liturgias (art. 5º, VI, da constituição), sem favorecimentos de qualquer natureza.
Também é dever do Estado combater a discriminação religiosa no Brasil, conforme preceitua a Convenção Interamericana contra o Racismo, a Discriminação Racial e Formas Correlatas de Intolerância, ratificada pelo Decreto nº 10.932/2022.
Apesar disso, a intolerância religiosa ainda grassa no Brasil. As religiões de matriz africana são as mais afetadas por esse comportamento criminoso e antidemocrático. A quantidade de ataques a essas religiões subiu preocupantes 270% em 2021.
A Procuradoria Federal dos Direitos do Cidadão (PFDC), órgão preocupado com a manutenção dos direitos humanos e a ordem democrática no Brasil, produziu o relatório Violência Religiosa e Estado Laico, em que registrava o aumento desse tipo de violência no país.
Em 2021 a PFDC emitiu a Nota Pública nº 6/2021, instando os poderes públicos a combater de forma mais efetiva a discriminação religiosa no país, assegurando a efetividade da Convenção Interamericana contra o Racismo, a Discriminação Racial e Formas Correlatas de Intolerância.
Se você tiver conhecimento de casos de violência ou intolerância religiosa denuncie por meio do serviço disque 100, mantido pelo governo federal.