Um capixaba de 32 anos ajudou, através de um gesto muito nobre, a salvar a vida de uma pessoa que ele nunca viu antes. Ele doou medula óssea para uma paciente com câncer. O procedimento foi feito no Recife.
O processo foi finalizado no último dia 21 de novembro, mas toda a história começou há cerca de três anos. A reportagem da Record News ES acompanhou a doação.
André Dockhorn, corretor de imóveis que mora em Vitória, resolveu se cadastrar no Registro Nacional de Doadores de Medula Óssea (Redome) em 2021, durante uma doação de sangue. Dois anos depois de fazer o cadastro, ele recebeu a notícia de uma possível compatibilidade com um paciente que precisava da doação.
Junto com a família, o capixaba pesquisou sobre os procedimentos e decidiu continuar com o processo. Ele chegou a ser levado para realizar exames em um Hospital de Juiz de Fora, em Minas Gerais. Porém, na ocasião, apesar de não apresentar problemas de saúde, a doação foi suspensa.
“Eles entraram em contato comigo falando que a equipe médica da paciente pediu para adiar o procedimento, mas que não poderiam dar mais detalhes”, conta André.
COMPATIBILIDADE É MUITO RARA
As estatísticas mostram que, entre parentes, um a cada 100 doadores de medula são compatíveis.
Quando não existe parentesco entre doador e paciente, a chance passa a ser de um a cada 100 mil, comprovando que encontrar um doador compatível é muito difícil.
NOVO PEDIDO DE DOAÇÃO
Apesar da primeira doação ter sido adiada, uma nova possibilidade de ajuda apareceu no final de agosto de 2024.
A tentativa aconteceu, dessa vez, em Recife. André não pensou duas vezes e, após ser novamente convocado, ele embarcou no dia 16 de novembro, juntamente com a mãe, Cristina Dockhorn, para realizar a doação.
“Meu coração estava apertado, mas tinha fé de que daria tudo certo”, comentou Cristina.
DOADOR TEVE APOIO DO SUS
André conta que ficou internado em um hospital referência em transplante de medula óssea, onde já foram realizadas mais de três mil cirurgias.
Segundo a família, todo o processo, anterior e posterior à doação, contou com incentivo do Sistema Único de Saúde (SUS), que custeou hospedagem, alimentação e transporte.
PACIENTE COM CÂNCER RECEBEU DOAÇÃO
De acordo com a mãe de André, o procedimento da coleta da medula durou mais de cinco horas.
Durante a doação, a família foi avisada de que a paciente que receberia a doação era uma mulher de 38 anos, portadora do linfoma não Hodgkin (LNH), um tipo de câncer.
Mais tarde, no mesmo dia, a boa notícia chegou! A equipe médica do hospital avisou que a paciente já havia recebido a medula e que o processo foi realizado com sucesso.
A identidade da mulher não foi revelada. Nem mesmo a cidade em que ela mora foi dita.
Depois de quatro dias internado e de todo os procedimentos para doação, o corretor de imóveis conta que o sentimento era de extrema gratidão e que o momento agora era de rezar para que a paciente, enfim, fique bem.
“Eu espero que a pessoa se recupere, que ela se cure rapidamente do câncer. Eu aproveito para deixar um recado para você que não é doador: se inscreva. O Redome disponibiliza toda a assistência necessária, assim você vai poder ajudar e fazer a sua parte, como eu fiz a minha”, completou André.
DOADOR E PACIENTE PODEM SE CONHECER?
Após o término dos procedimentos, o capixaba foi informado que pode entrar em contato com o Redome, daqui seis meses, para saber sobre o estado de saúde da paciente que recebeu a doação.
Somente após um ano e meio da doação da medula ele pode pedir para conhecer a paciente, caso seja do interesse dela.
Confira a reportagem completa: