“Não haverá vacina para crianças”, informa secretário de Saúde do ES

O secretário de Saúde do Espírito Santo, Nésio Fernandes, informou que não haverá, por enquanto, vacinação para crianças contra a Covid-19. Segundo ele, nenhuma das vacinas produzidas até o momento tem o foco nelas.

“Nos estamos falando de uma pandemia que se tornou endemica e não haverá vacinas para crianças. Eu estou negociando vacinas com a indústria. Eu já assinei termo de confidencialidade e tenho acesso a segredos das pesquisas da vacina no mundo. Eu estou na linha de frente do processo e digo: não haverá vacina para crianças. Elas não fazem parte da fase 3 de testes das vacinas, de praticamente todas que estão sendo desenvolvidas.”

O secretário participou de um debate nesta quarta-feira (23) sobre a educação no contexto da pandemia no estado, promovido pelo Laboratório de Gestão da Educação Básica do Espírito Santo (Lagebes), da Ufes, onde informou também que a volta às aulas presencialmente no estado demoraria pelo menos dois anos caso dependesse das vacinas para as crianças. “Não existe capacidade produtiva no planeta que possibilitem a produção de 7 bilhões de vacinas em um ano. Se nós tivermos de esperar ter vacinas para crianças para voltar as escolas isso demoraria dois ou três anos”, informou o secretário.

“Não haverá vacina disponível para as crianças voltarem as escolas. Elas poderão fazer parte, talvez, de um protocolo num terceiro/quarto momento de vacinação.”, comentou.

Possibilidade de retorno

O secretário informou que no momento, a vacinação ampla e extensiva da população adulta – em especial a com mais de 45 anos e com comorbidades – resulta naturalmente a possibilidade de infecção. “Ter essa população imunizada vai reduzir tanto a capacidade de contágio e transmissão da doença, que repercute naturalmente a probabilidade de jovens e crianças de serem infectados”, concluiu Nésio.

O governador Renato Casagrande e o secretário de educação Vitor de Angelo já haviam comentado a possibilidade do retorno das aulas do ensino infantil durante uma coletiva do governo no dia 26 de agosto.

Casagrande comentou sobre a importância do mês de setembro para a verificação de retorno das aulas no ensino médio e superior, mas que o ensino infantil ainda precisa de mais estudo. “Não vou dizer que será a última a retornar, mas ainda não temos um planejamento”.

“Se o ensino superior e médio têm vantagem de se tratar de alunos mais velhos, a dificuldade da educação infantil é que estamos falando de crianças para quem a incorporação dos hábitos pode ser mais complexa”, comentou Vitor durante a transmissão.

Confira a fala do secretário

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