Setembro Dourado: colatinense convive com câncer no cérebro desde os três anos

A família de Shurya levou um susto ao receber o diagnóstico da filha, mas buscou forças para auxiliá-la no tratamento. Fotos: Aguinor Júnior/TV Sim

A história de Shurya Bulhões Bertoldi é de superação e resiliência! Desde os três anos de idade, a criança, que hoje está com dez, luta contra um tumor no cérebro, chamado de Craniofaringioma. Conforme contou a mãe dela, a professora Simone Bulhões Bertoldi, os médicos disseram na época, ao diagnosticá-la, que o câncer é benigno, porém com alto potencial maligno. “É pior do que se fosse um câncer maligno, os médicos me disseram na época”, afirmou.

A mãe de Shurya relatou que foi difícil receber e aceitar a notícia do diagnóstico, mas que isso não a desanimou. Pelo contrário! Simone explicou que teve muita fé e que toda vez que levava a filha para fazer sessões de quimioterapia na capital, encontrava uma maneira lúdica para distrair a filha durante o tratamento. “Como ela queria chegar logo em casa, eu brincava com ela, falando que o chão do hospital era o caminho do castelo e que as enfermeiras eram as princesas que iriam ajudá-la a sair dali o mais rápido possível para estar em casa com a família”, contou.

O pai de Shurya, o motorista de ônibus Delédio José Bertoldi, disse também que no início foi muito difícil receber o diagnóstico da doença da filha e que isso acabou levando-o a desenvolver uma depressão, que já era pré-existente por conta do trabalho. Ele comentou que, atualmente, vive e aproveita cada minuto ao lado da filha, como se fosse o último, dando a ela muito amor, carinho e sendo o melhor pai que pode. “Cada dia que vivo com ela é como se fosse o último e eu aproveito da melhor forma, brincando com ela, dando carinho, atenção e tudo que posso fazer”, revelou emocionado.

Apesar do câncer não ter sido retirado, Shurya responde bem ao tratamento, faz acompanhamento médico com reposição de hormônios e leva uma vida normal

Setembro Dourado

O Setembro Dourado é um movimento nacional que tem como objetivo conscientizar a população, principalmente pais e profissionais da saúde, sobre a prevenção do câncer infantojuvenil. De acordo com o oncologista Francisco Schiffer Neto, sintomas como caroços e inchaços, (especialmente aqueles que não doem, não dão febre e nem outros sinais de infecção), mudança na coloração dos olhos, dores em membros e nos ossos, já servem como sinais de alerta para os pais. “Todos esses sintomas, além de palidez, hematomas e sangramentos, precisam ser observados com cautela, pois podem ser sinais de um possível câncer”, afirmou.

O médico disse ainda que é importante ampliar o debate sobre o assunto para chamar a atenção sobre a importância do diagnóstico precoce da doença, que pode aumentar as chances de cura em até 70%. Ele acrescentou afirmando que, antes de submeter o paciente a quimioterapia e a radioterapia, é preciso fazer uma avaliação criteriosa da criança, com exame físico detalhado, bem como exames laboratoriais e de imagem, além de uma análise criteriosa do histórico familiar. “É importante considerar a possibilidade de uma neoplasia, ou seja, do próprio câncer em si, investigar as causas e aplicar a conduta correta”, explicou Schiffler.

Com texto Aguinor Júnior

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