Ex-namorado, suspeito de assassinar enfermeira grávida, é preso no ES

O principal suspeito de matar a enfermeira Íris Rocha de Souza, de 30 anos de idade, foi preso nesta quinta-feira (18) na BR-101 em Viana.

De acordo com a Secretaria de Segurança Pública do Espírito Santo, o suspeito, identificado como Cleilton Santana dos Santos, é ex-namorado da vítima, e foi preso em uma ação conduzida pela Polícia Civil do Espírito Santo (PCES), por meio da Delegacia de Polícia (DP) de Alfredo Chaves.

As diligências que culminaram na prisão tiveram a participação de diversas delegacias da PCES, da Subsecretaria de Inteligência da Sesp e de outras instituições, que trabalharam em conjunto.

O secretário de segurança, coronel Alexandre Ramalho, confirmou que o crime foi um feminicídio. Assista:

 

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As investigações apontaram que na quarta-feira da semana passada o suspeito buscou a vítima na Ufes e, depois disso, ninguém mais teve contato com ela. O corpo da vítima foi encontrado no dia seguinte, em Alfredo Chaves.

Segundo a polícia, o suspeito, que já estava sendo vigiado, foi  visto na manhã desta quinta-feira (18) no Centro de Vitória. Ele foi alcançado na BR-101, em Viana, durante a tarde e foi preso com a ajuda da Polícia Rodoviária Federal (PRF).

Segundo a delegada Maria da Glória, titular da DP de Alfredo Chaves, em breve conversa com o suspeito ele disse não ter participação no crime. O interrogatório formal ainda será realizado pela polícia. “Ele apenas nega os fatos. Diz que não têm motivações e diz acreditar que a filha [que a vítima estava esperando] era dele”, pontuou.

Suspeito fingia ser policial

Ainda de acordo com as investigações, o suspeito dizia que era policial, mas nunca pertenceu a corporação. Pelo relato de amigos da vítima, ela estava envolvida em um relacionamento extremamente abusivo. O suspeito controlava tudo o que se passava com a moça, monitorava mensagens e controlava até as roupas que ela usava.

“Ele controlava toda a vida dela, de passar horas durante o dia do lado de fora do local de trabalho dela, na Ufes. O telefone dela ficava com ele, ele que respondia as mensagens que ela recebia”, detalhou a delegada.

Cleilton Santana dos Santos, vai responder por homicídio qualificado como feminicídio, aborto e ocultação de cadáver.

“Não tem pena no mundo que refaça o que ele fez, que traga o conforto para a mãe daquela jovem que tinha um futuro brilhante pela frente. A nossa parte vamos continuar fazendo, trabalhar na investigação, enrobustecer as provas”, comentou o secretário de segurança Alexandre Ramalho.

Crime brutal

A enfermeira Íris Rocha foi encontrada morta com marcas de tiros numa estrada de chão do município de Alfredo Chaves, na região serrana do Espírito Santo. Além da morte trágica da jovem, chama atenção que ela estava grávida de um bebê de oito meses quando morreu. O corpo da gestante foi localizado na última quinta-feira (11), mas a família só reconheceu Íris nesta segunda (15).

A vítima foi localizada numa região da localidade de Iracema, num caminho não pavimentado entre as regiões de Matilde e São Bento de Urânia. Além das marcas de tiros, o corpo de Íris estava coberto com cal – material muito usado em construções.

Depois que foi localizado, o corpo da vítima foi encaminhado sem identificação para o Serviço Médico Legal de Cachoeiro de Itapemirim. E apenas lá houve um contato para a família reconhecer a mulher.

Detalhes sobre a investigação

No bolso da roupa da vítima havia um cartão bancário com o nome dela incompleto. Depois de um trabalho de investigação para saber quem ela era, a polícia chegou até a família de Íris, que reconheceu o corpo da enfermeira no Serviço Médico Legal de Cachoeiro.

De acordo com a delegada Maria da Glória, na última quarta-feira (17), a polícia esteve na casa do suspeito no Bairro de Lourdes, em Vitória, com um mandado judicial, porém Cleiton não foi localizado. Na ocasião, o carro do suspeito, que provavelmente foi usado no crime, foi apreendido, além de emblemas da polícia que Cleiton usava para se passar por policial militar.

Segundo as investigações, a vítima vinha sofrendo agressões físicas e só usava roupas de manga comprida, para que ninguém soubesse dos hematomas. Para a família de Íris, a jovem e o suspeito não eram mais um casal, mas segundo a polícia, as investigações apontaram que eles ainda mantinham contato.