Familiares e amigos de músico morto em Vitória protestam por Justiça

Amigos e familiares do músico Guilherme Rocha, foram até a porta da Corregedoria da Polícia Militar na tarde desta terça-feira (18) e realizaram um protesto pacífico, pedindo por Justiça pelo assassinato do jovem na madrugada do último domingo (16).

O músico foi morto pelo policial militar Lucas Torrezani, de 28 anos, no condomínio em que moravam em Jardim Camburi, Vitória, por conta de uma discussão por som alto.

A Guarda Municipal de Vitória acompanhou o protesto em Maruípe e informou que o trânsito fluiu em apenas uma faixa no sentido Centro durante a manifestação.

A mobilização pública foi até as 17h, e logo depois a via foi liberada.

Confira imagens do protesto:

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Crime brutal

Em coletiva, realizada na manhã desta terça-feira (18), o titular da Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) de Vitória, delegado Marcelo Cavalcanti, declarou que o crime foi brutal e que já trabalha com a prorrogação da prisão temporária do militar.

“O inquérito está no começo, temos um crime complexo, brutal, que choca, vendo a vítima sendo executada de forma covarde. A gente vai continuar na investigação pois há vários fatores envolvidos e, ao final, independente de função (do acusado), vamos apresentar todos os fatos ao Ministério Público e ao Judiciário. A lei permite que a prisão seja prorrogada por mais 30 dias, e adianto que ela será prorrogada”, destacou Cavalcanti.

O delegado titular da DHPP de Vitória disse ainda que há elementos em apuração sobre o comportamento do atirador no condomínio onde morava.

“A gente identificou que o autor tinha hábito de consumir bebida alcoólica no condomínio e fazer algazarra, mas não fazia no prédio dele, mas no hall da vítima, para não incomodar os próprios familiares dele. Apesar do autor ser policial militar ele não estava na função, ele estava como civil no momento da ocorrência. Estamos de posse de ocorrências sobre a postura do autor no condomínio também”, disse.

Prisão

Ainda de acordo com Marcelo Cavalcanti, o argumento de que o policial agiu em legítima defesa não se sustenta quando se observa o vídeo do prédio. “As imagens são claras que não houve legítima defesa e que a vítima foi executada”.

Sobre os próximos passos, como defesa do policial e novos depoimentos, o delegado disse que o PM ‘se limitou a não se manifestar, mas vamos marcar um novo depoimento. A Polícia Civil atua para que fatos sejam apresentados e o acusado saiba do que pesa contra ele. Tenho um período de 60 dias para trabalhar nesse inquérito. Mas estávamos agindo rapidamente nesse trabalho’.

No vídeo é possível ver que um amigo do policial estava junto com ele no prédio e o delegado afirma que está acompanhando a participação dele na cena da morte do músico.

O que diz a PM?

O major Alves Christ, da Corregedoria da PM, também participou da entrevista coletiva e informou que a corporação vai aguardar a conclusão da investigação e do inquérito pela Polícia Civil pois, na sequência, será remetido à Polícia Militar e a conduta dele será avaliada de forma rigorosa.

Sobre reclamações anteriores de algazarras, o major informou que não há investigação na Corregedoria com alvo nesse policial. Questionado sobre o histórico do comportamento do militar dentro do condomínio, o major Christ afirmou que a Corregedoria poderia ter sido acionada diante das provas, e haveria uma investigação. “Estamos diante de um crime de homicídio. O policial estava de folga e, por isso, a investigação está toda a cargo da Polícia Civil”, explicou.