PF prende suspeito de “série de estupros de vulneráveis” pela internet

Um homem foi preso em São Paulo, nesta sexta-feira (18), pela Polícia Federal do Espírito Santo por envolvimento em crimes estupros de vulneráveis, extorsões, além do armazenamento e possíveis divulgações e transmissões de imagens e vídeos de cenas de sexo explícito envolvendo crianças e adolescentes. A operação foi autorizada pela Justiça Estadual capixaba.

De acordo com a investigação, o homem se passava por uma pessoa do sexo feminino e abordou uma menina por uma rede social com a desculpa de promover um tipo de brincadeira, como uma gincana, até que ela ficasse apenas de roupas íntimas. E chama atenção que a Polícia Federal destacou que “estima-se que dezenas de outras crianças tenham sido “estupradas remotamente” pelo preso”.

Além da prisão, também havia mandado de busca e apreensão para “colher elementos de prova que possam identificar outros suspeitos envolvidos no cometimento dos mesmos crimes”. Durante as buscas, também em São Paulo, os policiais encontraram vários dispositivos digitais, além de anotações que indicam o armazenamento de enorme quantidade de material associado à exploração e ao abuso sexual infantil.

O nome e profissão do homem detido não foram revelados.

ENTENDA

As investigações começaram quando a Polícia Federal recebeu a denúncia do pai de uma menina de 13 anos que teria sido vítima do homem preso na manhã desta sexta. “O pai relatou que sua filha teria sido contatada pela rede social Likee, por alguém que inicialmente se identificava como uma mulher, propondo uma espécie de gincana, com a realização de jogos que consistiam em pequenas tarefas”, explicou a polícia em nota.

Ainda de acordo com a Federal, essas tarefas foram evoluindo até que a criança foi convencida a dançar somente com sua roupa íntima. “Nesse momento então, o homem por traz do perfil de mulher se revelou e passou a ameaçar sua filha com a liberação dos vídeos que então havia gravado, exigindo a realização de mais vídeos, com condutas ainda mais gravosas e violentas que chegaram, inclusive, a lesionar as partes íntimas da criança”, destacou.

A Polícia Federal acredita que o objetivo do homem na obtenção desses vídeos seria, além de sua própria satisfação, a venda do conteúdo na deep web.

Paralelamente a essa investigação, os policiais descobriram que havia uma informação da agência americana Homeland Security Investigation (HSI) que descrevia uma situação muito semelhante nos Estados Unidos, em que uma menina que mora no Texas havia sofridos abusos sexuais “infligidos da mesma forma que a vítima brasileira”. “A investigação e as provas produzidas em solo estadunidense indicavam que o responsável por aqueles crimes estaria no Brasil”, explica.

Os investigadores então seguiram buscando determinar a identidade do criminoso, que foi localizado e preso nesta operação em São Paulo.

A Polícia Federal ressalta que “a internet não é terra sem lei e a Polícia Federal está atenta às mensagens e conteúdos ilegais transmitidos por esses meios. O material apreendido será submetido à perícia técnica e a investigação terá foco na identificação de outras possíveis vítimas. Estima-se que dezenas de outras crianças tenham sido “estupradas remotamente” pelo preso”.