A depender dos reeleitos, renovação da Câmara será menor que em 2018

Na eleição do próximo dia 02 de outubro, 433 parlamentares entre os 448 deputados federais tentarão a reeleição, e 360 deles contam com chances de serem bem sucedidos. Os número é recorde para candidatos à reeleição e incide diretamente no índice de renovação que pode despencar para menos de 40% das cadeiras em disputa – a mais baixa taxa de renovação desde a redemocratização.

Cerca de 72% dos atuais deputados federais têm grandes chances de se eleger novamente e, além disso, as vagas que deverão ser ocupadas por novos parlamentares farão, em grande parte, do fenômeno conhecido como “Circulação de Poder”. Isto é, parentes de políticos tradicionais ou ainda políticos com mais vivência política, ex-vereadores, ex-deputados, ex-governadores, ex-senadores, ex-prefeitos, assumem as vagas.

Estima-se que a Câmara dos Deputados deverá manter o atual quadro partidário, com as 23 siglas que tem representação na Casa, algumas com tendência de crescimento (PT, PSOL, PSB, PSDB, PDT, PCdoB, PSC e Patriota) e outras com tendência de perder representação (PP, Republicanos, PSD, PROS, PL, União, NOVO, Cidadania e PV), mantendo-se estáveis os demais (MDB, Solidariedade, Avante, PTB e Rede).

A renovação efetiva, feita por candidatos que nunca ocuparam cargos políticos e que não são parentes de políticos tradicionais, deve se limitar a 10% do total. Esse panorama persiste pelo fato de que os atuais detentores de mandato recebem mais recursos dos partidos, além de destinarem emendas parlamentares aos seus redutos eleitorais aumentando seu capital político.

O cientista político Cristiano Noronha, em entrevista à Agência Câmara de Notícias, previu que nesta eleição prevalece um perfil ideológico de “centro-direita” e também a redução do número de partidos em razão da cláusula de desempenho, que fixa quantidades mínimas de votação para que um partido tenha acesso aos recursos do Fundo Partidário e ao horário de propaganda gratuita em rádio e televisão.

Isto indica que após as eleições pode haver um movimento de fusão de partidos, para garantir o Fundo e o horário político no rádio e TV, segundo Noronha: “Para o futuro presidente da República, seja lá quem for, de certa forma, isso tende a facilitar a governabilidade, já que deve ter menos fragmentação partidária”, acrescentou.