Fracassa a tentativa de acordo entre empresas e governos sobre a tragédia do Rio Doce

A tentativa de conciliação para ajustar a indenização a ser paga pelos danos produzidos tragédia de Mariana envolvendo as empresas Vale, BHP e Samarco e os Estados do Espírito Santo e de Minas Gerais, além da União, acabou fracassada.

Mediada pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e realizada na sede do órgão, a conciliação não avançou devido aos termos da oferta apresentada pelas empresas, considerada insuficiente pelos representantes do Estados. Para alguns, uma proposta “indigna”. O revés frustrou a expectativa dos que estiveram envolvidos nas negociações há mais de 18 meses.

Em novembro de 2015 o rompimento da barragem de Fundão matou de imediato 19 pessoas, além de contaminar o Rio Doce e seus afluentes com rejeitos que alcançaram o mar na foz do rio em Regência, no norte capixaba. Segundo estimativas, o volume de rejeitos corresponderia ao mesmo volume do Pão de Açúcar, engolfando distritos e fazendo com que milhares de ribeirinhos e moradores da foz no oceano fossem obrigados a encerrar suas atividades.

A tendência agora será a judicialização da questão pelos Estados e União, buscando a reparação suficiente a compensar os danos imediatos e emergentes, inclusive os custos da recuperação da calha do rio e das atividades desenvolvidas no Vale do Rio Doce, em Minas Gerais e no Espírito Santo.