Número de baleias encalhadas no ES é considerado normal, apesar de ocorrências

No primeiro semestre deste ano, cinco baleias encalharam no Espírito Santo. Apesar da preocupação de quem se depara com um dos casos, pesquisadores do Instituto Baleia Jubarte afirmam que o número está dentro da média histórica. Ao todo, foram registrados 45 encalhes no território nacional até o final da primeira quinzena de agosto.

“Tranquilizamos a população, pois a ocorrência dos registros de encalhes não está associada a um aumento da mortandade desses animais, podem ser atribuídas ao tempo e vento trazem essas carcaças para as praias”, afirmou o presidente do Projeto Baleia Jubarte, Eduardo Camargo. Ele conta que essa temporada tem sido excepcional no número de indivíduos vivos avistados no litoral capixaba.

O diretor de pesquisa do projeto aponta que o crescimento do número de encalhes está relacionado com o pico da temporada do animal. “O número de encalhe de filhote deve aumentar durante o mês de agosto e setembro, que são meses com grande número de nascimentos”, explica Milton Marcondes.

Expectativas para a temporada

De acordo com o projeto, cerca de 20 mil baleias-jubarte passarão pelo litoral brasileiro até o final da temporada das baleias-jubarte, que segue até o final de novembro. Apesar dos poucos nascimentos registrados no passado, a expectativa para a temporada de 2022 é de uma natalidade maior.

“A proporção de filhotes, em relação ao número de adultos, estava bem baixa em 2021. Isso significa que tínhamos muitas fêmeas sem filhotes, disponíveis para acasalar, e como a gestação é de quase 12 meses, provavelmente esse ano teremos um grande número de nascimentos. A expectativa é de um aumento da natalidade, mas é algo ainda a ser confirmado”, comenta Marcondes.

Orientações ao encontrar uma baleia encalhada

Ao avistar baleias encalhadas na praia, a orientação é acionar o Projeto Baleia Jubarte e o Instituto Orca para seguir com os procedimentos necessários. Eduardo Camargo conta que tentar devolver os animais ainda vivos é muito perigoso.

“A baleia pode rolar para cima das pessoas e causar um acidente maior e, por isso, é importante que essa atividade seja orientada por profissionais com experiência. Mesmo os filhotes, pesam mais de uma tonelada”, alerta o especialista.