Na era digital, candidatos declaram ao TSE que guardam milhões de Reais em casa

Entre os 757 de candidatos que pediram registro de candidatura até o momento para o pleito de 2022, 78 afirmaram ter mais de R$ 5,6 milhões em espécie, ou seja, moedas nacional ou estrangeira guardadas dentro de casa.

Estima-se que os candidatos tenham patrimônio que supera R$ 650 milhões, sendo principalmente: imóveis, automóveis, participação em empresas, etc. Mas o que salta aos olhos são os valores em moeda guardados em suas casas, onde 28 deles mantém, pelo menos, R$ 50 mil.

No atual momento econômico da sociedade brasileira onde nos aproximamos cada vez mais da moeda digital e, principalmente, onde as transações são, em sua esmagadora maioria, realizadas via operações eletrônicas como o PIX e outras (cartões de débito, crédito, transferência via aplicativos de bancos), parece no mínimo excêntrica a ideia de se manter tanto dinheiro guardado em casa.

Mesmo diante da declaração dessas quantias, a Justiça Eleitoral não promove nenhum tipo de averiguação quanto à origem dos valores. Sendo, entretanto, possível ao Ministério Público Eleitoral oferecer denúncia por falsidade ideológica se entender que há prejuízo à interpretação do eleitor sobre o candidato.

Lembrando que não constitui crime guardar cédulas de dinheiro em casa, todavia, altas quantias podem gerar questionamentos sobre a origem desses recursos. Ainda mais quando a utilização do dinheiro físico caminha para ser cada vez mais rara.