Em 2020, a morte da árvore centenária de Jequitibá comoveu o distrito Ponto Alto, em Domingos Martins, na região serrana do Estado. Os quase 3 mil habitantes guardam na memória um dos maiores símbolos do local, mas agora eles também podem contar com um documentário “Jequitibá e sua Simbologia” para carregar para as próximas gerações a história de 123 anos.
A produção foi realizada por Ingrid Carollaine Küster, Emilly Sofia Erlacher e Ariane Pereira de Oliveira, alunas da Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio Ponto do Alto. A intenção, de acordo com elas, é carregar, com a maior riqueza de detalhes, a história do distrito com o Jequitibá.
“O jequitibá apresentou perda repentina de folhas e galhos secos. Num primeiro momento, achamos que se tratava de uma ação criminosa, mas laudos técnicos comprovaram que foi uma morte natural. A comunidade ficou muito sentida, triste, com a perda desse símbolo que está no uniforme da escola, no nosso brasão”, explicou Marcelo Ribett, diretor do insituto de ensino.
O diretor ainda contou que a história do jequitibá e a sua relação com a comunidade serviu de inspiração ao protagonismo juvenil no documentário, que foi realizado com foco na Olimpíada de Língua Portuguesa da escola, sob responsabilidade da professora Joyce Klippel de Mello, cujo tema era: “O lugar onde vivo”.
“O documentário mostra o que temos de mais importante: a criatividade dos nossos estudantes. Quando damos condições, os alunos realizam e nos surpreendem. Apenas com o uso do celular e técnicas de edição, elas resgataram a nossa história. Este trabalho mostra o talento dos estudantes sobre uma árvore que foi testemunha de vários acontecimentos na nossa comunidade. Fica a mensagem da preservação, da tradição”, explicou Ribett.
Na produção, as alunas reforçam que os imigrantes alemães chegaram em 1897, mas foi somente partir de 1934 que começaram a derrubada das matas para colonização. As árvores que não tinham utilidade para serragem não foram cortadas, e entre elas estava o jequitibá, uma das mais importantes árvores da Mata Atlântica.
Por isso, a única árvore do local, localizada no ponto mais elevado do futuro povoado, permaneceu como uma referência para os moradores e para os que chegavam à localidade.
Em 1997, surgiu um movimento da comunidade para comemorar os 100 anos da colonização de Ponto Alto. Foi, então, que foi confeccionada a bandeira com base na Alemanha e o jequitibá, como brasão.





