Discutir o clima é para já

O futuro é agora e precisamos repensar hoje, nosso caminho para com a agenda ambiental. Cabe a nós, que usufruímos da biodiversidade atual, viabilizar a manutenção das futuras gerações. O planeta se aproxima do abismo e resgatá-lo é nosso principal dever.

O aumento das temperaturas climáticas e o crescente número de catástrofes naturais é o sinal que o planeta agoniza e pede socorro.  As mudanças climáticas e o aquecimento global devem ser pautas pungentes dos nossos líderes mundiais e até mesmo, de todos os agentes comuns locais.

Recentemente, acordos internacionais foram firmados na 26ª Conferência do Clima da Organização das Nações Unidas (ONU), o que mostra boa vontade na discussão do tema. Mas é preciso ser efetivo e aplicá-los verdadeiramente nos países que firmaram o compromisso sustentável.

Por exemplo, mais de cem países, incluindo o Brasil, comprometeram-se a zerar o desmatamento ambiental até 2030. O desafio é grande, principalmente para países de dimensões continentais e que possuem em seu território grande cobertura florestal. É o caso do Brasil com a floresta amazônica, entretanto, é preciso ser rigoroso na manutenção e proteção da Amazônia, mesmo com qualquer percalço logístico ou territorial.

Ao desempenhar os acordos internacionais, o Brasil ganha benefícios ambientais que cooperam para o fim do desmatamento nos biomas brasileiros, não somente a Amazônia, mas também a Caatinga, o Cerrado, o Pantanal, a Mata Atlântica e o Pampa. Com isso, a qualidade de vida e a promoção do bem-estar para os próximos estarão em parte, asseguradas.

Se o Brasil cumpre os acordos, ganha notoriedade e influência nas relações exteriores, investimentos no agronegócio, indústria, meio ambiente, pesquisa e tantos outros setores produtivos do Brasil. Importante destacar, ainda, a relevância de uma biodiversidade saudável, sem a qual  caminharemos para a redução nefasta da captura de carbono pelas florestas, tornando a agricultura menos efetiva, bem como propiciando o aumento gradativo dos eventos climáticos extremos.

Usar os recursos naturais de forma sustentável deve ser o norte de toda e qualquer atividade humana. É importantíssimo valorizar modelos que incrementem o reflorestamento mediante incentivo financeiro aos agricultores, unindo conservação e geração de renda, seguindo como modelo os programas de Pagamentos por Serviços Ambientais – PSA, que foram criados pela Costa Rica.

O Espírito Santo hoje é referência mundial na recuperação de matas nativas, por meio do Programa Reflorestar, cujo atual governo vem ampliando e expandindo, usando recursos dos royalties de petróleo.  Por isso reafirmo, que a máxima do desenvolvimento sustentável é pensar global e agir localmente, o que, diga-se de passagem, o Espírito Santo vem fazendo com eficiência.

Rodrigo Júdice é advogado especialista em meio ambiente.